sexta-feira, 12 de novembro de 2010

RELEMBRANDO O 7º SEMESTRE 2009/2

Iniciei este semestre com muitas metas e expectativas. Metas, pois deixei a desejar no semestre anterior, por uma série de questões, o que acabou atrasando muito o meu trabalho, sendo que tive muitas atividades postadas fora do previsto, mas felizmente no final, deu tudo certo. Expectativas, principalmente com relação a interdisciplina de LIBRAS, pois ficava imaginando como se daria o desenvolvimento dessas aulas. Para minha surpresa, na nossa primeira aula dessa interdisciplina, conheci a professora Janaína, que é surda e não surda-muda, pois descobri que isso não existe, e fiquei fascinada ao vê-la falar, sendo traduzida simultaneamente por uma tradutora. Maravilhoso!!! Além do que, descobri que a Língua Brasileira de Sinais é uma língua tal qual o inglês ou o espanhol, e que quem quiser falar a referida língua, deve apropriar-se da mesma. Refleti muito sobre a condição do surdo, pois ele sofre inúmeros preconceitos, sendo que muitas vezes associa-se a deficiência auditiva, outras, como deficiência mental. Estar alerta sobre a legislação vigente, a fim de poder buscar amparo legal, caso tenhamos um aluno incluso em nossas salas de aula, foi proporcionado nessa interdisciplina. A interdisciplina de Educação de Jovens e Adultos foi riquíssima com reação ao aprendizado de toda a parte legal que envolve essa etapa de escolarização, bem como as leituras de Freire, Marta Kohl entre outras. Mas, gostaria de deixar registrado, o trabalho de campo que realizamos: a entrevista com alunos de EJA. Como eu nunca trabalhei com essa clientela, senti uma mistura de sensações ao entrevistar os alunos; fiquei triste, admirada, surpresa, consternada, mas mesmo durante um curto espaço de tempo em que estive com eles, pude tirar algumas lições de vida maravilhosas. Ver alunos de 60 anos descobrindo o mundo da escrita deve ser muito emocionante, principalmente porque os alunos de EJA têm plena consciência de suas dificuldades, o que às vezes os deixa frustrados. Para mim, o PA, ainda não foi motivo de entusiasmo, pois não o vejo como um mecanismo de fácil entendimento. Através da interdisciplina de Didática, Planejamento e Avaliação, fiz estudos importantes sobre a história da didática, cujo pai foi Comênio; sobre planejamento, currículo integrado, pedagogia de projetos, entre outros assuntos. Mas destaco em especial a avaliação, que penso ser necessária a obrigatoriedade de uma disciplina exclusiva para esse tema, devido a sua abrangência e importância dentro da educação. Também, o planejamento, que qualifica ou pelo menos deveria qualificar a educação, isto que os alunos sentem o despreparo do docente, prejudicando assim o desenvolvimento da aula. A interdisciplina de Linguagem e Educação foi maravilhosa, pois há tempo sou alfabetizadora, mas não tinha idéia do que era letramento, sendo que deixei de ser leiga nesse assunto. Interessantíssimo os textos sobre letramento, alfabetização, métodos, planos de aula, entre tantos outros. Entretanto, gostaria de relembrar o trabalho de narrativa que fiz com uma aluna da escola em que trabalho. Ela narrou uma história, rica em detalhes, onde mistura fatos do seu cotidiano com elementos de histórias de faz de conta. Eu fiz a gravação desta narração e após analisei. Através das leituras, percebi que a forma como se deu à narrativa, condiz com o desenvolvimento cognitivo e afetivo desta criança, favorecendo sua aprendizagem. E, o mais importante disso tudo, que jamais devo tirar conclusões precipitadas de histórias que os pequenos contam, pois é bem comum fazerem uma mistura de imaginário e real, bem como situações vividas por eles, por parentes, vizinhos, enfim, é preciso saber ouvir.

RELEMBRANDO O 6º SEMESTRE - 2009/01

Voltar a fazer mais uma interdisciplina envolvendo a Psicologia foi maravilhoso. Estudar Piaget e seus estágios do desenvolvimento mental, podendo identificar e estabelecer associações tanto com os alunos quanto com o meu próprio filho. Modelos epistemológicos e pedagógicos, por Fernando Becker, foi de fácil entendimento, podendo ser utilizado para o aprimoramento da prática docente. Falar em aprendizagem, ação, construtivismo, possibilitou trazer para a prática a parte teórica para embasar o trabalho. Na interdisciplina de “Educação de Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais”, não foi nada fácil falar, discutir e refletir sobre a inclusão, principalmente tal como ela é feita. Políticas públicas defendendo direitos dos portadores de necessidades especiais existem, porém apenas no papel, porque na prática elas passam longe. Através de entrevista no município onde trabalho, descobri qual o número de alunos que recebem algum tipo de atendimento dentro da nossa rede de ensino, e vi que a espera ainda é muito longa para ser atendido, o que prejudica o trabalho do docente na sala de aula, que geralmente fica desamparado. Refletir em cima de um estudo de caso, com o qual trabalhava há tempo, fez com que o visse com outros olhos. Já na interdisciplina de “Filosofia”, pude confirmar a necessidade de partir do aluno o desejo de aprender, pois mesmo tendo o professor para motivar, não achei nada interessante e acabei por me desestimular e inclusive deixar atrasar as atividades. Participar de um fórum promovido pela mesma foi quase um sacrifício; falar em argumentos, contra-argumentos, socorro... Trabalhar com questões étnico-raciais na Educação é bastante complexo, pois encontramos muita resistência e preconceito, principalmente com relação ao negro, na sala de aula e na escola. Logo, é preciso uma gama razoável de embasamento teórico, para ter bem claro aquilo que pretendemos alcançar com nossos educandos. Durante uma entrevista que fizemos para a interdisciplina, ficou visível como ainda ocorre preconceito e discriminação em sala de aula e pasmem, dentro da própria família, que os discrimina e menospreza- cabe aqui relatar uma fala de um dos meus alunos entrevistados: ele relatou que o pai grita com ele sempre que vai o ajudar a fazer o tema de casa, chamando-o de negro burro!!!! Outro desafio ao longo desse semestre foi voltar a falar em Projeto de Aprendizagem, que achávamos saber fazer, entretanto, veio a professora de outro pólo e colocou um balde de aguá fria em cima de todas as nossas idéias a respeito disso. Logo, passamos dificuldades para partir dos questionamentos, definir um tema para a pesquisa e enfim realizar o trabalho. Meu grupo optou por falar o por quê de algumas mulheres optarem por não ter filhos, foi trabalhoso, mas bastante gratificante, pois dessa vez aprendemos o que realmente era a construção de um PA.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

RELEMBRANDO O 5º SEMESTRE 2008/2

Deste semestre a primeira coisa que lembro foi da construção do Projeto de Aprendizagem, que tivemos que fazer sem termos muitas orientações, ou talvez, tenham sido insuficientes, visto que encontramos muitas dificuldades na organização do mesmo, ainda que feito em conjunto. Mas, no final fizemos o nosso melhor, com algumas ressalvas a serem aprimoradas nos próximos. Entre as interdisciplinas, sempre houve uma integração, sendo que uma se relacionava a outra. Estudamos muitos teóricos da educação e através desses, formou-se um processo de reflexão da prática docente, principalmente porque tivemos a oportunidade de analisar o PPP (Projeto Político Pedagógico) e o Regimento Escolar de nossas escolas, bem como a organização e funcionamento das mesmas. Buscar e apropriar-se da políticas públicas para Educação, através de suas leis, possibilitou aprender muitos direitos que julgava não existir. Com isso, fui buscar informações sobre o funcionamento do FUNDEB e do COMALES do meu município. Refletir sobre a minha profissão, sobre a minha docência e a minha escola, foram outras atividades marcantes e hoje, interessante poder comparar a situação atual com a da época em que as fiz. Trabalhar em conjunto na produção de um PA sobre um tema relacionado a vida adulta, foi um desafio, visto que interagir através de fóruns, requer uma assiduidade no ambiente virtual, que nem sempre coincide com a dos demais colegas. Também, como as crianças, os adultos possuem fases do seu desenvolvimento, com implicações na sua forma de viver. Mas o mais interessante com relação ao desenvolvimento do adulto, na minha opinião se dá na aprendizagem, pois ela ocorre da mesma forma que com a criança, passando pelos mesmos processos de assimilação e acomodação.

RELEMBRANDO O 4º SEMESTRE 2008/1

Irei começar a retrospectiva desse semestre ao contrário: do fim para o início. Durante a apresentação do Workshop de avaliação, fiquei na banca do professor de Matemática, sendo que apenas o conhecia desse semestre. Estava muito nervosa e fui um das primeiras a apresentar, se não me engano, a terceira. Ele estava muito bem preparado e disposto a questionar, sendo que me senti como se estivesse em um julgamento. Procurei responder as perguntas da melhor forma possível, mesmo que por vezes parecia não convencê-lo. Felizmente, fui aprovada, mas posso dizer que esse semestre ficou marcado para mim como um “workshop e tanto”. Voltando para as interdisciplinas, nas séries iniciais, são essenciais para a qualidade educacional do aluno que temos em nossas escolas. Questionar e refletir através dos estudos que fizemos, foi uma constante e consequentemente, os resultados se expandiram para a nossa sala de aula. Sem dúvida esse embasamento teórico influencia meus planejamentos e minha prática docente, através da integração da teoria com a prática. Na interdisciplina de “Matemática”, fazer com que o aluno saiba pensar é um desafio, mas as inúmeras atividades que fizemos e aplicamos com nossos alunos, bem como o material de sugestões proporcionadas pelo professor, foram e ainda são muito úteis. A interdisciplina de “Ciências”, fez com que eu estivese alerta para inicialmente observar os fatos simples, para depois partir para os mais complexos. Sentir as atividades através de experienciações é instrutivo e muito mais proveitoso. Em “Estudos Sociais”, relembrar como aprendi na infância, trouxe muitas lembrança, algumas boas e outras nem tanto. Porém, o exercício de refletir sobre o que aprendi e como aprendi, para aprimorar e propor mudanças para meus alunos são fundamentais. Finalizando, essas três interdisciplinas foram correlacionadas e despertaram interesse para o querer aprender mais, a fim de fazer mais e melhor pelos meus educandos.

RELEMBRANDO 3º SEMESTRE 2007/2

Este semestre foi muito interessante, principalmente por abordar através das interdisciplinas, questões envolvendo diretamente a nossa prática. As leituras resignificaram a minha visão sobre muitos dos assuntos abordados, sendo possível interferir na minha prática docente. Todas as interdisciplinas desse eixo estiveram interligadas, facilitando nosso entendimento, sendo permitido explorarmos nossa criatividade. Em “Artes Visuais, descobri que tudo é arte, e valorizar o diferente como forma artística, dependendo apenas do olhar de cada um para se tornar arte. Observar as diferentes tendências e sua influência no trabalho docente serviu para eu repensar a forma como via a arte e também, como fazia arte. Na interdisciplina de “Teatro”, perceber que mesmo não gostando de representar, posso participar desempenhando outras funções, mesmo que seja a de expectadora. Preciso acima de tudo respeitar meu aluno em sua individualidade, para que posteriormente ele mesmo possa fazer parte do “espetáculo”. Aqui, a imaginação, o faz de conta, o votar a ser criança reaparece. Durante a interdisciplina de “Ludicidade e Educação”, pude soltar minha imaginação e sonhar a vontade; perceber que sou movida por sonhos foi devera curioso. Dividir isso com as demais colegas então, maravilhoso. Muitas de nós temos sonhos semelhantes. Na interdisciplina de música, mais uma vez confirmou-se a integração entre as demais interdisciplinas, pois é difícil falar em teatro e em ludicidade, sem falar em sons. Particularmente, sou muito desafinada e não canto nada, mas os alunos curtem muito tanto cantar, quanto dançar. As musiquinhas de roda, para os pequenos é entusiasmante. Falar em “Literatura Infanto-Juvenil e Aprendizagem” ao longo desse semestre, foi muito prazerosa, pois é uma prática que desenvolvo durante a realização do meu trabalho de sala de aula. Contos de Fadas, que adoração; mas as dicas de como devemos nos portar em uma contação de histórias, foi maravilhoso. Descobri, que tinha muitos acertos em minhas contações, mas tinham também muito erros. Essa possibilidade de poder refletir sobre a nossa prática é o diferencial desse curso. Para que toda essa integração seja possível também em sala de aula, é necessário haver planejamento, isso, que aprendi durante a interdisciplina de “ Escola, Projeto Pedagógico e Currículo”. Esse semestre foi sem dúvida muito corrido, com muitas tarefas, mas ao mesmo tempo, muito prático e proveitoso, pois em muitos momentos revivi a época em que era criança, podendo assim, colocar-me no lugar dele, a fim de aprimorar o processo ensino-aprendizagem. Ainda assim, sei que estou apenas no início de uma longa caminhada, encontrando algumas pedras no caminho, mas ou desviando delas ou as levando comigo, mas com um único e focado objetivo, chegar ao final.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

RELEMBRANDO O 2º SEMESTRE 2007/1

Iniciar mais um semestre como aluna da UFRGS, foi motivo de muito orgulho e também dedicação. Além do mais, estava sentindo uma grande felicidade, em virtude de estar esperando meu primeiro filho. Acredito que apesar, de não ser mais caloura, ainda encontrei algumas dificuldades com relação às tecnologias, sendo que a principal era a conexão com a internet (que se estendeu ao longo de grande parte deste curso). Os desafios permaneceram através da interdisciplina do “Seminário Integrador II”, ao propor a continuação do blog e construção do wiki. Socorro!!!! Percebi que realmente esse curso era diferente dos demais, pois nunca havia lido e produzido tanto, em tão pouco tempo, mesmo na graduação presencial. A interdisciplina “Desenvolvimento e Aprendizagem sob o Enfoque da Psicologia” foi maravilhosa (a profe então, nem se fala), aprendemos muito: Freud, teorias, relação professor x aluno, afetividade, entre diversos conteúdos, todos interessantes. Já em “Escolarização, Espaço e Tempo na Perspectiva Histórica”, pude construir através das leituras e produções, a história da educação, seus pensadores, sua cronologia. Foi um refazer de uma longa caminhada – necessária para compreender a forma como se organiza hoje. Através da interdisciplina “Fundamentos da Alfabetização”, pude aprimorar minha prática docente, visto que lecionava para turmas de alfabetização, mesmo sendo leiga no assunto (na boa vontade). Logo, compreendi a diferença entre alfabetização em letramento, mas, que ambos necessitam um do outro para a efetivação da qualidade do ensino. Métodos de alfabetização: qual o melhor? Psicogênese da Língua Escrita, que já fazia uso, mas a partir desses estudos passei a dominar. É gratificante tomar propriedade daquilo que já fazia no dia-a-dia, mas agora com embasamento teórico. Por fim, relembrar a interdisciplina de “Infância de 0 a 10 anos”, foi refletir sobre a nossa vivência com os pequenos, que por muitos motivos, às vezes tem sua infância roupada, em vários sentidos. Assim, cave a nós professores proporcionarmos momentos agradáveis e prazerosos ao menos enquanto estão na escola. Legal voltar a reler aquilo que produzi há algum tempo atrás.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Relembrando o 1º semestre -2006/2

No segundo semestre do ano de 2006 foi o início da minha vida acadêmica enquanto aluna da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), algo que parecia impossível de acontecer. Cursava Pedagogia na FEEVALE, quando soube através de uma colega, que a UFRGS estava promovendo um vestibular para o curso de Pedagogia, para professores já concursados; porém relutei em fazê-lo, pois acreditava ser muito difícil passar neste processo seletivo. Entretanto, fui aprovada e hoje estou concluindo o curso de Pedagogia à Distância. Reler as postagens que fiz no primeiro semestre do curso foi gratificante e até engraçado. No início a maior dificuldade era com relação à utilização das tecnologias para a realização das atividades. Nos relatos aparecem todas as problemáticas envolvendo ter que trabalhar 40h, estudar e aprender como mexer no computador e na internet, praticamente sozinha. Como escrevi em uma postagem: “verdade, que o novo assusta um pouco, mas hoje, vejo o quanto já obtive progressos, principalmente no que se refere à tecnologia, pois apenas sabia ligar e desligar um computador, bem como esboçava algum conhecimento no word; inacreditavelmente, em pouco tempo e meio na "marra", descobri muitas possibilidades, principalmente na rede, a internet.(17/11/06) Hoje acho surpreendente o progresso que tive com relação a isso, posso dizer que além de Pedagoga sou habilitada em Informática, pois aprendi muito e raramente preciso de ajuda para fazer meus trabalhos, e posso auxiliar outras pessoas em suas dificuldades. Lembro daquele primeiro semestre, pois foi bastante desgastante, sendo que várias vezes chorei e pensei até em desistir, devido a grande quantidade de trabalhos que fizemos e a adaptação ao uso do computador. Os conteúdos não foram assustadores, e sim muito importantes para os semestres seguintes. Marx, Durkheim, Weber, Saramago, Engels, Freire, Arroyo, Libâneo, entre tantos outros autores, cada um com sua contribuição para o aprimoramento da minha prática docente.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

INDIGNAÇÃO

Para encerrar minhas postagens deste semestre, tinha em mente escrever sobre outro assunto, porém depois do que aconteceu com a nossa tão sonhada formatura, mudei meus planos. Tudo começou quando tivemos a primeira reunião de formatura, que ocorreu no pólo em São Leopoldo. Eu tinha conhecimento de que o sorteio para as datas de formatura da UFRGS já haviam ocorrido, pois o filho da minha supervisora da escola, irá se formar em Arquitetura e já sabia a data em que a mesma iria ocorrer. Ao comentar sobre isso, as colegas que integram a comissão de formatura disseram que uma das produtoras com quem haviam contatado, comentou sobre o sorteio que havia sido feito. Ao questionarmos os coordenadores do nosso curso sobre o referido sorteio, responderam que achavam estranho, pois os sorteios sempre ocorrem em Agosto. Para nossa surpresa, o sorteio havia sido feito e marcada uma data para Pedagogia, porém não era a EAD. Então, após algum tempo, a UFRGS marcou uma reunião com representantes discentes de cada Pólo, para tratarem sobre formatura. No dia seguinte a esta reunião, a nossa representante enviou um e-mail com as determinações da reunião. Pasmem!!!! A UFRGS esqueceu do nosso curso, sendo que não nos colocaram no sorteio. Os cinco pólos de Educação à Distância estavam fora da cerimônia de formatura, e inclusive haviam marcado uma reforma no salão de atos. Como forma de reparação, convocaram a referida reunião entre os representante dos cinco pólos e então fizeram um sorteio entre eles. Porém, para todos havia apenas duas datas, sendo necessário juntar dois pólos no mesmo horário. Um absurdo, por volta de cem pessoas se formando juntas, às nove horas da noite, em um dia que não é mais horário de verão. Com tudo isso, penso que a universidade não nos considera alunos como os demais, sendo preconceituosa com relação ao nosso curso, talvez por ser à distância. Ao longo desses quatro anos sempre fomos muito cobrados, quem sabe até mais que os alunos do presencial; perdemos muitas horas de sono, lazer, convívio com a família, e me parece que isso tudo foi em vão, pois não teremos os mesmos direitos que os alunos do presencial. E o pior de tudo, é que segundo a nossa representante, não há possibilidade de negociar, muito menos alterar data e horário. Assim, vai por água abaixo tudo o que aprendemos durante o curso, pois onde está o direito de reivindicar, de lutar por nosso ideiais e interesses. Não é possível que isso seja uma determinação superior, que teremos que acatar, sem ao menos discutir! Então para que serve proporcionar aos nossos alunos uma aprendizagem que promova a autonomia, sendo que o objetivo principal é tornar o aluno crítico, reflexivo e transformador, se no futuro, não poderão fazer uso desses atributos?

domingo, 4 de julho de 2010

ESTRESSE TOTAL

Estou perto de terminar mais um semestre letivo como aluna da UFRGS e junto com este final, estou com o meu psicológico e o meu físico esgotados. Podem ter certeza que trabalhar 40 horas semanais como professora e diretora de escola, ter família (marido, filho, casa, cachorro) não é nada fácil. Estou roendo todas as minhas unhas, comendo tudo o que vejo pela frente e tomando alguns calmantes. Só para compartilhar, escreverei a minha rotina para a semana que inicia hoje: 04- refazer portfólio de aprendizagens; 05- trabalhar até às 17h e após, até às 21h, entrega de boletins e reunião pedagógica; 06- trabalhar até às 17h e às 18h reunião do Sindicato para a apresentação do novo Plano de Carreira; 07- trabalhar ate ás 17h, enfrentar a BR116 para apresentação do workshop; 08 – trabalhar até às 17h e às 18h palestra patrono da feira do livro municipal; 09- último dia para a postagem da primeira versão do relatório de estágio; 10 – sábado letivo na escola pela manhã e cuidar do espaço da escola na mostra pedagógica à tarde. Socorro!!!!!! Como conciliar tudo isso? Não entendo e não sei como organizar meu tempo para dar conta de tudo o que tenho que fazer. Por isso, já avisei meu orientador de estágio com bastante antecedência, que provavelmente não irei conseguir postar a primeira versão do relatório de estágio que deve ter de 20 a 30 páginas, até a data prevista. Durante este semestre será o primeiro trabalho e talvez o mais importante que deixo de fazer na data solicitada. Já estou sofrendo e angustiada por antecedência. Estou escrevendo isso, na verdade desabafando aqui neste espaço, por entender que é o meu diário de aprendizagens, no qual posso e devo escrever sobre a minha caminhada durante este curso, relatando meu crescimento, minhas aprendizagens, dificuldades, inquietações e também desabafos. Por enquanto é isso. Logo necessito dormir, pois no sábado trabalhei na festa junina na minha escoa até às 24h. Estou cansadíssima.....

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Considerações de final de estágio

Neste momento de final de semestre, inevitavelmente, nos remete a avaliação. Porém, acho mais fácil me avaliar do que avaliar os outros. Na construção do portfólio de aprendizagens, pude refletir, mais profundamente sobre a minha prática docente – estágio curricular, evidenciando minhas principais aprendizagens ao longo desse período.
Aqui, neste espaço em que é possível compartilhar aprendizagens, gostaria de registrar a que mais me marcou neste semestre, enquanto aluna do curso de Pedagogia da UFRGS. Percebi que tudo o que aprendi nos semestres anteriores serviram de alguma forma para aprimorar o meu fazer docente. Consegui estabelecer relações entre a teoria e a prática, crescendo junto com meus alunos em suas descobertas e aprendizagens. Também, tive a certeza que um curso superior como o nosso, com um nível de exigência tão elevado, não foi em vão, pois ler, refletir, reler, escrever, me proporcionou uma mudança de paradigmas, principalmente envolvendo a minha relação com meus alunos. E hoje, tenho plena convicção que para ocorrer à aprendizagem, é necessário haver uma relação de respeito e troca entre professor e aluno.
Termino o estágio com o sentimento de missão cumprida, pois procurei fazer sempre o melhor, aliando teoria à prática, e consequentemente proporcionando momentos mais significativos de aprendizagens aos meus educandos. Entretanto, finalizar esta etapa não significa que a minha prática em sala de aula irá se modificar, apenas, irei escrever menos, mas a intencionalidade da minha docência, as ideias e atividades irão continuar, pois o que fiz no estágio foi apenas a continuidade do trabalho que iniciei em fevereiro e pretendo acabar em dezembro.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

O DESAFIO DO PA PARTE II


Desenvolver o tema escolhido pelos alunos para a elaboração do Projeto de Aprendizagem, foi bastante difícil para mim enquanto orientadora do mesmo, pois juntamente com os alunos, tivemos que buscar alternativas para a falta de opções de coleta de dados e informações. Por se tratar de um assunto que não faz parte do cotidiano das crianças e também da comunidade, esbarramos no fator conhecimento. Além de que, a realidade em que a escola está inserida é rural, sendo que a maioria das famílias é de baixa renda e pouco escolarizada. Também, não contam com a internet, nem com periódicos.
Através das pesquisas que as crianças fizeram em casa, pude perceber o nível de conhecimento com relação ao assunto que cada família possuía e posso afirmar que a grande maioria não entende muito bem o que é a Copa do Mundo, ou não quiseram escrever.
Mesmo com os jogos da competição em andamento, o interesse dos alunos já demonstrou esgotamento, pois pelas pesquisas, responderam suas dúvidas e confirmaram suas certezas, restando apenas acompanhar a Seleção Brasileira. Pelos relatos que fizeram, sabem quais jogadores fizeram os gols, mas olharam apenas algumas partes dos jogos da seleção. Por isso, demos por encerrado o nosso PA, após a construção do mapa conceitual e para finalizar, apresentaremos as demais turmas do currículo, a pesquisa sobre o significado das expressões campeão, bicampeão, tricampeão, tetracampeão, pentacampeão e hexacampeão.
O trabalho com Projetos de Aprendizagem que configura uma situação aberta, desestabilizadora, cujos caminhos e resultados não são pré-determinados e nem conhecidos de antemão pelos docentes (COSTA E MAGDALENA). E somente através da construção do PA, vivenciei isso e compreendi que a colheita vem somente após a plantação e o cultivo, sendo em vão querer prever como será o resultado antes de desenvolver todas as etapas da construção do PA.
Concluí que não funcionou como deveria o desenvolvimento do PA, pois os alunos não demonstraram autonomia para investigarem, buscarem, organizarem e compararem informações e posteriormente registrarem e partilharem com os demais alunos da escola as suas conclusões parciais. Trabalharam sim, mas sempre com a orientação da professora, para irem além em suas pesquisas.
Para o meu consolo, “o erro ou o não chegar aos resultados esperados tornam-se elementos de crescimento, pois servem de componentes de análise pelos grupos para detectarem onde poderiam ter realizado ou caminhado de outra maneira.” (Pg. 3) Assim, é possível refletirmos e elencarmos os erros que cometemos para buscar aprimorar em outros projetos. Também, é o momento de ver que o que eu enquanto orientadora considerei como erro, os alunos enquanto pesquisadores, podem não ter a mesma opinião ou visão.
Apesar de todos esses desafios, uma coisa é fato, meus alunos construíram um PA e através dele, provocaram mudanças significativas sobre aquilo que sabiam a cerca do assunto pesquisado.
Referência:

COSTA, Iris Elisabeth Tempel. MAGDALENA, Beatriz Corso. Revisitando os Projetos de Aprendizagem, em tempos de web 2.0. Faculdade de Educação/PEAD - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Porto Alegre – RS – Brasil

segunda-feira, 14 de junho de 2010

OUVIR HISTÓRIAS

A proposta de atividade da minha aula de hoje era inicialmente a Hora do Conto: “As três partes”, de Edson Luiz Kozminski, que contei utilizando o recurso do Data show, logo após, os alunos representaram com peças grandes, as figuras da história (durante essa atividade recebemos a visita da tutora Liseane). Apesar de já ter utilizado tanto o Data show, quanto o retroprojetor, meus alunos demonstraram novamente muita curiosidade com relação à projeção da luz na tela, por isso, deixei um tempo livre para que explorassem o equipamento. Alguns logo decidiram o que projetar, enquanto outros demoraram bastante, acabando por copiar os colegas. Entretanto, todos se divertiram muito com a atividade.
Antes de iniciarmos nossa próxima atividade que foi a construção de um livro coletivo, os alunos quiseram recontar a história em duplas, utilizando também o Data show. Nesta atividade improvisada, pois não havia pensado essa possibilidade, fiquei muito impressionada com a capacidade de observação e memorização dos meus alunos, pois as histórias foram seguindo exatamente a mesma ordem e contadas inclusive com as falas que eu havia falado, claro que auxiliados pelas imagens.
Apesar de todo esse envolvimento, percebo que sempre que faço à hora do conto, há alguns alunos que não se interessam pela história, ficando dispersos, olhando para os lados, para os colegas, mexendo em seus materiais. Procuro não interromper a história no seu decorrer, mas ao final da mesma, discutimos e fizemos uma avaliação, perguntando que gostou, por que gostou; qual parte chamou mais atenção, entre outros questionamentos e para minha surpresa, estes alunos sempre gostam das histórias e sabem recontá-las. Isso me deixa bastante intrigada, principalmente com relação ao comportamento das crianças durante esses momentos, pois se estão gostando por que não ficam atentos.
Sei da importância de ouvir histórias, principalmente na fase inicial de escolarização, pra incentivar a criação do hábito da leitura nos alunos, principalmente porque ficam em nossa memória muitas lembranças de histórias que lemos ou que nos foram contadas.
“É importante reforçar, assim, que, na infância, mais que em outras fases da formação do leitor, ler é atividade partilhada, na qual se confirmam sentidos e funções da leitura, construídos pela curiosidade de quem descobre que a letra diz o mundo.” (MACHADO, 2009)
Através da leitura e da escrita, a criança conquista autonomia e sente orgulho em mostrar isso aos adultos, fazendo-os participarem de suas descobertas de leitura e escrita.
Referência
MACHADO, Maria Zélia Versiani. Um diálogo com práticas pedagógicas de alfabetização e letramento de crianças de seis anos.Brasília, 2009.

domingo, 6 de junho de 2010

O DESAFIO DO PA

Novamente, poderia relatar mais umas duas páginas sobre a reunião que tivemos (eu, Conselho Escolar, Equipe Diretiva e mãe da aluna L.) na quarta-feira, sobre a minha aluna L., mas sinto que já estou ficando chata com essa história; se bem que às vezes necessito desabafar minhas angústias, pois isso parece aliviar um pouco meu fardo.
Minha reflexão nesta postagem se refere à construção do texto coletivo que realizamos na aula de segunda-feira, dentro do nosso PA (Projeto de Aprendizagem). Ao planejar esta atividade, fiquei um pouco receosa com relação ao que os alunos iriam produzir, entretanto eles me surpreenderam. Quando expliquei a proposta da atividade, logo começaram a falar sobre o nosso PA – Copa do Mundo- com bastante domínio do assunto. Logo, fui organizando suas falas e escrevendo o texto no quadro, o qual ficou bastante sintético, porém, não faltou nenhuma informação importante.
“Parece que já é evidente, para a maioria, que quando falamos em Projetos de Aprendizagem, estamos nos referindo a uma proposta de trabalho, em sala de aula, onde são privilegiadas as questões de investigação que nascem dos interesses e necessidades dos alunos e a busca autônoma de respostas para elas. Parece que já está claro também que neste processo, há um princípio de liberdade, dentro de uma estrutura flexível e em rede, que possibilita aos alunos construírem conhecimentos a partir das interações com professores, colegas e a sociedade de maneira geral.” (Pg. 3) E, exatamente assim, tem ocorrido com a construção do nosso PA em sala de aula, principalmente com relação à busca de informações com diferentes segmentos dos grupos sociais aos qual pertencem. Cito em especial, a entrevista que fizeram com as pessoas da escola: professores, diretora, merendeira, estagiária; que foi muito significativo para eles.
Além disso, ao realizar essa atividade (texto coletivo), soube de fato o que os meus alunos puderam descobrir através do desenvolvimento do Projeto de Aprendizagem, o qual ainda está em andamento. Assim, “parece que fica explícito o papel de mediação do professor que busca, pelo entendimento do raciocínio e dos interesses dos alunos, abrir novos caminhos mediante questões desafiadoras que apontam novas perspectivas, ou introduzem informações diferenciadas na roda das já existentes, que abrem para novos conteúdos que uma vez explorados, possibilitam a construção de novos conceitos e/ou aprofundamento dos já construídos.” (Pg. 6) Felizmente isso já é visto no trabalho com meus alunos, os quais demonstram seus conhecimentos sobre o assunto que escolheram abordar, através de pesquisa, ainda que nossas fontes sejam escassas, mas que já serviram para elaborar novos conceitos e aprimorar os já existentes. Ainda estaremos buscando informações, para a conclusão do PA, assim, que esgotarem-se as expectativas e forem confirmadas as questões norteadoras deste Projeto.


Referência:
COSTA. Íris E. Tempel e MAGDALENA. Beatriz C. Perguntas Inteligentes: O que é isto?

segunda-feira, 31 de maio de 2010

UMA LUZ NO FIM DO TÚNEL

Desta vez irei utilizar o espaço do blog, para desabafar minhas angústias com relação a minha prática pedagógica. Em 26 de Abril deste ano, fiz uma postagem intitulada “Angústia”, onde relatei a dificuldade que vinha enfrentando com o comportamento e atitudes de uma aluna em sala de aula. Novamente, preciso relatar, depois de transcorrido mais de um mês da postagem anterior, a situação atual desse problema.
Em conversa com a psicóloga da menina, ela nos relatou (para min e para a orientadora) que a menina gosta muito de mim e que eu sou a segunda professora com quem a L. estabeleceu algum vínculo afetivo. Complementei citando que ela demonstra em vários momentos esse afeto, através de beijos, abraços, me trazendo flores. Contudo, continuo não compreendendo as suas atitudes em sala de aula. Durante esse mês que passou, teve atitudes como: falou palavrões; jogou mesas e cadeiras no chão; rasgou todo o seu material e jogou no lixo; respondeu a professora de forma mal-educada; fez gestos obscenos para a professora; fez xixi nas calças de propósito; derramou todo o tubo de cola; tomou água com barro e com alfinetes dentro da garrafinha; ameaçou jogar objetos na professora e nos colegas; entre tantas outras coisas. Com tudo isso, continuava a escrever no caderno de recados da menina diariamente, com o intuito de estabelecer um diálogo com a mãe, contudo isso não se concretizou, pois sentia como se fosse um monólogo, visto que a mãe apenas assinava, sem interagir, ou assinava vários relatos no mesmo dia. Foi então que resolvi não escrever mais no caderno, por não estar mais servindo como um meio de comunicação entre eu e a mãe. Logo, ela se sentiu ofendida e ficou muito brava comigo, ligando para a diretora para reclamar. Passado alguns dias, a diretora sugeriu que fossemos na casa da menina para conversarmos com a mãe, a fim de restabelecer o vinculo entre nós. Fui contrária a ideia dela, por entender que da minha parte o vinculo permanece o mesmo, e além do mais, é compromisso dela enquanto mãe, vir até a escola quando necessário (a não ser que fosse em um momento festivo ou em uma visita de rotina).
Como há quinze dias atrás a menina prendeu uma aluna do terceiro ano no banheiro, a professora, que é a presidente do Conselho Escolar, ficou brava, resolveram tomar uma atitude. Até então, eu podia agüentar toda esta humilhação diariamente.
O Conselho Escolar exigiu que fosse marcada uma reunião com a equipe diretiva, o Conselho Escolar, a professora e o Conselho Tutelar, não para fazer alguma denúncia, mas para saber quais as formas legais para resolvermos este problema. Então, na tarde de hoje, ocorreu a referida reunião, onde ficou combinado que a escola deve exigir que a mãe traga um parecer da psicóloga e do psiquiatra, incluindo o nome da medicação que a menina toma (dizem que toma). Isso será feito nesta quarta-feira, dia em que foi marcada uma reunião com a mãe, a equipe diretiva e o Conselho Escolar. A partir de agora, o Conselho Tutelar estará acompanhando o caso de perto, o que nos traz um respaldo legal daquilo que já vínhamos fazendo pela menina, mas que ainda não surtiu efeito.
Espero que desta vez, seja feito algo de fato, para o bem da menina tanto quanto da turma. Estou ansiosa para ver como será a reunião com a mãe, pois pelo que observo e pelo que a menina relata, há uma situação de negligência por parte da mãe, que não olha como deveria para a filha.
Para concluir, é válido dizer que por vezes o professor precisa ser um mágico, tendo que conciliar todos os conteúdos a serem desenvolvidos, com os projetos exigidos pela escola, mais situações adversas que ocorrem ao longo do desenvolvimento do nosso trabalho. Quando lemos que professores estão doentes por fatos que vem acontecendo nas escolas, achamos que não é bem assim, mas na prática é pior ainda.



quarta-feira, 26 de maio de 2010

COMPLEMENTANDO A POSTAGEM “RESPEITO ÀS DIFERENÇAS”

Na época em que eu era estudante do Ensino Fundamental, recordo de discutir a questão racial e também falar em preconceito, apenas nas datas comemorativas. Felizmente, a situação vem se modificando ao longo desses anos, com a inclusão da cultura afro nos planos de estudos, tornando então o ensino obrigatório. Entretanto, isso não oferece a garantia de ser amplamente discutido, refletido e problematizado em sala de aula. O que garante a eficiência do trabalho envolvendo estas questões é a forma como o professor conduz o trabalho referente ao respeito às diferenças que compõe o povo brasileiro.
Enquanto educadora, procuro principalmente aproveitar situações cotidianas, em que aparecem resquícios de discriminação e preconceito, seja com relação à raça, opção sexual, aparência, religião, ou outros; e estabelecer assim um diálogo sobre o que está acontecendo. Também, proporciono momentos específicos para falar sobre esses assuntos, como já ocorreram em minha sala de aula este ano. Trabalhamos partindo da família de cada um, suas semelhanças e características, ampliando para características do povo a que pertencem, entre tantas outras atividades, com a intenção de valorizar o que cada ser humano tem de melhor.
Percebo que trabalhar com questões raciais, é bastante delicado, pois é preciso dosar muito as palavras usadas, para que ao chegar às famílias, as informações continuem intactas e não sejam distorcidas, causando um mal entendido. Porém, isso jamais pode ser um empecilho para travar discussões a cerca do tema.

COMPLEMENTANDO A POSTAGEM "AVALIANDO"

A intenção ao avaliar, precisa ser a de coletar informações sobre o nível cognitivo dos alunos, respeitando suas individualidade, pois a “avaliação diagnóstica caminha junto ao processo de ensino-aprendizagem e como parte contínua e integrante deste, dá oportunidade à correção das defasagens, no momento em que estas são detectadas.” (Ferreira. Pg. 4) Por isso, reforço a ideia de que é necessário ir avaliando, descobrindo as dificuldades dos alunos e em seguida propor atividades que possam contribuir para eliminá-las.
Segundo FERREIRA (2002), as concepções de avaliação se apoiam em duas vertentes principais, com poucas nuanças. Umas se voltam para o produto - os
resultados, provas, testes, notas, com ênfase no quantitativo. Outras para o processo - a reflexão-ação, para a busca do conhecimento crescente, com ênfase no qualitativo. Tanto a mantenedora, quanto a escola, seguem uma linha com ênfase no qualitativo, por acreditar que o principal não é apenas o resultado, mas o processo de construção de cada educando.
Cabe a nós educadores oportunizar aos alunos diversas formas de avaliar, visando encontrar aquela em que o aluno se saia melhor. Exemplificando: falar em prova para alguns alunos é apavorante e por vezes o nervosismo e a tensão acabam prejudicando seu desempenho. Por isso, é preciso avaliar o aluno como um todo e não como fragmentos.
Quebrar paradigmas não é uma tarefa fácil, mas é necessário ir habituando tanto os alunos quanto as famílias a perceber que a avaliação não deve ter um papel meramente classificatório, mas serve como ponto de partida daquele conhecimento que o aluno já possui, para suas próximas aprendizagens, sem deixar lacunas no meio deste processo, portanto o professor deve
...empregar formas de avaliação valorativa que permitam uma maior participação e envolvimento os alunos (por exemplo, realizando atividades de resumo e de recapitulação prévias à avaliação, trabalhando com os alunos os critérios de correção, incorporando procedimentos de auto-avaliação, etc.). ou modificar as formas de comunicação dos resultados da avaliação valorativa a alunos e pais, de modo que ressaltem os processos e os progressos realizados pelos alunos.(GOÑI. Pg. 3)
Como sugestão, acredito que a escola deveria promover alguns encontros com os pais, a fim de esclarecer sobre os termos utilizados nos pareceres descritivos, para que ao final da leitura e da explicação da professora, eles tenham certeza sobre como está o desenvolvimento do seu filho.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

SEGUINDO EM FRENTE

Mesmo com todas as dificuldades que venho enfrentando em sala de aula, devido ao comportamento de uma aluna, chego à escola com bastante entusiasmo e ansiosa em aplicar meu planejamento. Conforme o solicitado pela coordenação de estágio, dei início na semana anterior, ao Projeto de Aprendizagem. Parti do interesse e curiosidade dos meus alunos com relação à Copa do Mundo de futebol, principalmente após a divulgação da lista de convocados da Seleção Brasileira. Meus alunos tinham algumas certezas e dúvidas com relação a estes assuntos e foi a partir daí que demos início ao PA. Iniciar o Projeto de Aprendizagem com meus alunos me deixou um pouco insegura, pois não tinha clareza se estava indo pelo caminho certo. Principalmente porque diferentemente do PA que construí coletivamente no PEAD, aqui na escola, meus alunos não dispõe de internet, e também não tem acesso à sala de informática, pois a mesma é ocupada pelos alunos das séries finais do Ensino Fundamental no período da tarde. Então, pensar em um PA onde é necessário registrar informações, sendo impossível utilizar as tecnologias, além de que a grande maioria dos meus alunos ainda não lê, é de fato um grande desafio.
Na verdade, percebi após esta semana de desenvolvimento do PA, que apesar do assunto ter partido do interesse dos alunos, que mesmo tendo certezas provisórias e dúvidas temporárias, é um tanto quanto complicado para as crianças compreenderem tudo o que envolve o tema gerador, que é a copa do mundo, principalmente por ser um assunto distante da realidade em que estão inseridos. Falar em África, seleção brasileira, demais países, entre tantas outras questões envolvendo o tema Copa do Mundo, desperta a curiosidade dos alunos ao mesmo tempo em que se parece tão distante, sem muito significado.
Vejo que as atividades práticas prendem mais a atenção dos meus alunos, enquanto as atividades de reflexão, leitura, conversas, têm uma tolerância muito curta, sendo que logo estão olhando para os lados e dispersando. Por isso, já planejei para esta semana atividades mais práticas e visuais, a fim de envolver de maneira mais efetiva meus alunos.





segunda-feira, 17 de maio de 2010

RESPEITO ÀS DIFERENÇAS

Percebi que trabalhar com questões étnico-raciais mobilizou muito os meus alunos, principalmente pela diversidade racial da composição da turma. Mas, pricipalmente pela maioria dos alunos serem de origem negra ou alemã.
Durante esta semana que se passou, meus alunos gostaram muito de todas as atividades propostas e as realizaram demosntrando envolvimento e interesse pelo assunto em questão. Entretanto, vislumbrei a questão do preconceito com relação aos negros evidente no contexto escolar tanto quanto na comunidade. Há uma rivalidade entre essas duas etnias.
No Projeto Político Pedagógico da escola está previsto como ação pedagógica a “QUESTÃO RACIAL – pelo fato de estarmos inseridos em uma realidade onde a cultura negra é latente, tem um elevado número de pessoas negras na escola. Para que o convívio seja o mais harmônico possível e as eventuais diferenças possam ser respeitadas, atentamos intensamente para as questões de igualdade e a valorização da cultura.” (PPP EMEF Gonçalves Dias, 2006)
Os sentimentos e o mundo vivido por essas crianças dão subsídios à instituição escolar para o seu tendão de Aquiles e podem torná-la mais competente no desenvolvimento afetivo e da identidade, no planejamento de um currículo no qual esteja presente o esquema de pensamento de origem africana libertando-se do processo eugênico impingido à sociedade brasileira e existente na educação. (PARÉ, Marilene Leal. Pg 1 e 2)
Entretanto, desde que iniciei na escola, em Fevereiro do corrente ano, não presenciei nenhuma ação neste sentido. Sei somente, que durante a Semana da Cosciência Negra, em Novembro, ocorrem inúmeras atividades relacionadas ao tema; e que ao longo do ano letivo cultiva-se o grupo de danças afro, o qual faz apresentações em eventos da escola, bem como em outros lugares. Penso que atividades de reflexão e debate deveriam ser proporcionadas ao longo de todo o ano, para que de fato as diferenças entre as diversas etnias e principalmente com o negro, fosse erradicando-se do ambiente escolar e consequentemente estendendo-se para outros grupos sociais em que nossos alunos participam, e não apenas em datas comemorativas.
Durante as atividades, em um momento de conversação, o aluno Vítor disse: “Os negros são mais fortes que os brancos.” Esta fala vem carregada de preconceito, de sentimento de inferioridade. Em função disso, conversamos sobre preconceitos étnicos-raciais. Que, independente da cor da pele, dos olhos, dos cabelos, ou da raça a que pertencemos, isso não nos torna melhores ou piores do que ninguém; sendo que o que realmente vale, são as nossas atitudes, o nosso jeito de ser e agir com os outros e com o ambiente que nos cerca.
Assim, concluímos que raramente encontramos pessoas que tem apenas uma etnia e que a grande maioria provém de um mistura de raças, sendo que as predominantes são as indígenas, negras e européias. Que cada ser é único e possui características individuais, herdadas de seus pais, avós, bisavós, enfim, é a nossa história. Estabelecendo assim, uma relação com o livro Menina Bonita do Laço de Fita, que foi usado durante a aula de segunda-feira.
É importante que desde pequenos, os alunos estejam vivenciando situações de reflexão sobre inclusão social, sobre a aceitação do diferente, sobre o respeito ao outro, independente de qual a sua raça, sua religião, sua opção sexual, enfim, suas individualidades. Primando por um pensamento de igualdade em detrimento ao da exclusão social.
O sentimento de inferioridade demonstrado nos discursos de muitos dos meus alunos é “fruto da força de um passado histórico de um povo marcado como escravo numa terra chamada Brasil, a qual, apesar dos 500 anos de existência colonizada, abriga uma sociedade cujas relações ainda são as de poder dos “superiores” sobre os “ignorantes”. (PARÉ. Marilene Leal.Pg. 7) Além disso, percebi que este assunto não é trabalhado em casa, demonstrando uma situação tanto de preconceito quanto de inferioridade, principalmente por parte dos negros.
Por tudo isso, é indispensável que a escola enquanto grupo social promova situações de debates, reflexões, conscientização sobre este assunto, aproveitando que nas séries iniciais a criança está em plena fase de desenvolvimento físico, cognitivo e moral, contribuindo para que possa conviver em sociedade respeitando as diferenças que nela encontrarão.

Referências:
PARÉ, Marilene Leal. Auto-Imagem e Auto-estima na Criança Negra: um Olhar sobre o seu -Desempenho Escolar.
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL GONÇALVES DIAS, 2006.
LEITE, Luciane Andréia Ribeiro. Era uma vez uma menina muito bonita. Uma prática pedagógica relacionada com a questão racial em uma turma de alfabetização.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

AVALIANDO

Como o final do trimestre está se aproximando, cabe discorrer um pouco sobre a forma como avalio meus alunos. Penso que o professor não precisa de provas e testes para avaliar seus alunos e é assim que desenvolvo meu trabalho. Realizo trabalhinhos individuais, ditados, trabalhos em grupo, entre tantos outros instrumentos avaliativos, mas tudo isso é meramente para cumprir uma obrigação burocrática; a educação gosta muito de papel. Conheço os meus alunos ao longo do ano, sendo que realizo uma avaliação processual e contínua, valorizando os conhecimentos prévios que os alunos já possuem e respeitando seu crescimento individual e suas particularidades. Avalio meu aluno no seu cotidiano escolar, em sua caminhada enquanto sujeito. É óbvio que não consigo avaliar todas as atividades com todos os alunos, mas a cada aula priorizo alguns educandos, os quais observo com mais afinco, registrando no anedotário ou marcando no meu planejamento como foi o desempenho dos mesmos.
Utilizo o erro dos meus alunos não apenas como um indicador da sua dificuldade, mas também, a partir dessa constatação, decido quais modificações ou inclusões devo fazer na minha prática pedagógica, a fim de que meu educando sane suas dificuldades. É uma constante sondagem, pois devo partir sempre daquilo que ele já aprendeu.
Na escola em que eu trabalho, ou melhor, no município, fizemos avaliação trimestral, através de parecer descritivo. Na verdade, fizemos uma carta sobre o nosso aluno, dificilmente tem menos do que uma página escrita. Porém vejo que os pais, em se tratando da nossa realidade escolar, não entendem o parecer, por mais que o expliquemos no momento da entrega. Quando acabamos de falar, eles perguntam: meu filho rodou ou passou? É uma questão cultural, arraigada a avaliação meramente classificatória, onde eram atribuídas notas aos educandos, com a intenção de classificá-los.
Procuro sempre fazer uma avaliação em conjunto com os alunos e também com os pais, sendo que as crianças fazem sempre a sua auto-avaliação e aos pais, sempre que são chamados, pergunto como eles estão vendo o processo de aprendizagem dos seus filhos, qual a opinião a respeito de aprovação ou reprovação, por que, entre outros questionamentos. Também, passei a adotar tarefas de casa em que os pais devem realizar juntamente com os filhos, bem como escrever o que observaram durante o desenvolvimento da atividade (caso os pais sejam analfabetos, solicito a ajuda de um irmão mais velho ou primo).
Avalio focada na intenção de diagnosticar os problemas e assim estabelecer ações para serem desenvolvidas com o aluno ao longo da sua trajetória.
Sempre, ao iniciar um ano letivo, converso com meus alunos e também com os pais (na reunião dos pais da turma), a respeito de como se dará a avaliação, dialogando e aceitando modificações plausíveis sobre a forma de avaliar. Em conjunto, estabecemos os critérios a serem avaliados, como será feita a avaliação, como será passado aos alunos e as famílias os resultados obtidos. Nada é decidido de última hora, sendo que para que isso ocorra, disponho de quatro horas semanais de planejando, o que nem sempre é suficiente, mas que ajuda muito.


Referências:
FERREIRA, Lucinete. O contexto da prática avaliativa no cotidiano escolar. In:_____. Retratos da avaliação: conflitos, desvirtuamentos e caminhos para a superação. Porto Alegre: Mediação, 2002. p.39-61.
RATHS et al. apud ANASTASIOU, Léa das Graças Camargos; ALVES, Leonir Pessate. Processos de Ensinagem na Universidade: pressupostos de trabalho em aula. 5ª edição. Joinvile: UNIVILLE, 2005.p. 28.
GOÑI, Javier Onrubia. Rumo a uma avaliação inclusiva. Pátio, Porto Alegre, n. 12, ano 3, p.17-21,abr./fev.,2000.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

ROTINA DIÁRIA

Segundo Piaget, o desenvolvimento mental se divide em quatro estágios, mas gostaria de fazer uma análise do meu cotidiano escolar, embasada em dois deles: o estágio das Operações Concretas e o estágio das Operações Formais. A maioria dos meus alunos encontra-se na idade determinada para o estágio das Operações Concretas, pelo fato de que elas operam com objetos, e ainda não sobre hipóteses expressadas verbalmente. Por exemplo, há as operações de classificação, ordenamento, a construção da idéia de número, operações espaciais e temporais. (PIAGET, Jean)
Entretanto, aqui encontro uma situação de conflito com o desenvolvimento dos meus educandos, pois durante a realização das atividades, percebi que alguns alunos não utilizam materiais concretos para a realização dos fatos básicos da adição, que estamos trabalhando desde a semana anterior. Assim, caracteriza o Estágio das Operações Formais, pois o pensamento já abstrai, sendo que o aluno consegue raciocinar longe da presença de objetos concretos.
Confirma-se a fala de Piaget, que diz que os estágios têm uma sugestão de idades passiveis de ocorrer, mas que isso não é estanque, podendo variar de uma sociedade para a outra, ou melhor, de uma cultura para a outra, mas que ocorrem, os estágios, sempre seguindo a ordem, sendo que para entrar em um determinado estágio, obrigatoriamente já deve ter passado pelo anterior.
Enquanto alguns alunos necessitam pegar materiais concretos, fazer risquinhos ou contar nos dedos, outros realizam os cálculos mentalmente, evidenciando a premissa de que o professor deve ter um olhar diferenciado para cada aluno que encontrar na sua sala de aula, por mais difícil que isso possa ocorrer.
Na minha sala de aula, tenho encontrado muita dificuldade de comportamento por parte de uma aluna, que insiste em descumprir todas as regras e em não realizar as atividades. A cada dia que passa, me preocupo mais, pois às vezes a situação com a menina é insustentável dentro da sala de aula e do ambiente escolar. Por isso reafirmo que não é fácil a tarefa de educador, pois acredito que educação deve vir de casa, uma vez que é responsabilidade dos pais.
Para concluir, gostaria de informar que disponibilizo sempre aos meus alunos o material concreto, deixando-o livre para escolher se necessita ou não.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Angústia

Dentro de uma sala de aula encontramos uma diversidade de alunos, cada qual com suas especificidades, tanto para o lado negativo quanto para o positivo. Desde o início do ano letivo tenho tido dificuldade com o comportamento de uma aluna, pois ela raramente consegue cumprir as combinações. Ela é sem dúvida uma menina especial, não por possuir alguma doença ou necessidade especial, mas por ter uma história de vida difícil. Ela é acompanhada por uma psicóloga, um psiquiatra e pela orientadora educacional. Já conversamos com a mãe e adotamos um caderno de recados, onde faço relatos diários de como foi a aula naquele dia. No início foi muito complicado, ela não parava dentro da sala de aula, jogava tudo no chão – inclusive as classes e cadeiras, gritava, respondia, rasgava seu material, subia nas classes, entre outros. Mas ao longo dos dias obteve muitos progressos, permanecendo na sala de aula a maior parte do tempo, fazendo alguma atividade, colaborando com os colegas, sendo educada. Mas venho observando e concluí juntamente com a orientadora, que sempre nas segundas-feiras ela apresenta um comportamento inconveniente no ambiente escolar, por isso resolvi solicitar um auxílio para a mãe, mas a mesma não respondeu o bilhete. Como forma de incentivá-la, a incluímos no projeto de dança que a escola tem, e pelo qual ela demonstrava muito interesse, mas depois que iniciou neste projeto, regrediu apresentando novamente um comportamento inadequado. Hoje, mais uma vez se descontrolou e jogou tudo no chão: classe, cadeira, materiais, entrou no armário, gritou, entre outros. Então, em conjunto com a diretora e com a turma, decidimos que ela ficará fora do projeto de dança por quatro ensaios, ou seja, um mês. Conversamos, eu e a orientadora e resolvemos marcar para quarta-feira uma conversa com a psicóloga da menina para trocarmos nossas vivências. Noto que a mãe (também psicóloga), fala muito a respeito da situação, mas age pouco. Nem sempre assina o caderno de bilhetes, bem como não olha o material dela, mesmo eu tendo solicitado várias vezes esse acompanhamento, principalmente por preocupar-me com sua aprendizagem, já que faz as atividades quando quer. Tenho que confessar que realmente não é fácil ter que atender mais quinze alunos, com suas individualidades e diferenças, e remediar toda essa situação. Por mim, já teria tomado outras atitudes, mas como encontro algumas resistências por parte da direção da escola, tenho que respeitar e ir com calma, principalmente porque sou nova neste ambiente escolar. Mas, pretendo conversar com a psicóloga e posteriormente solicitar que a mãe envie um relatório do psiquiatra para a escola, pois mesmo tendo tido este comportamento e toda essa dificuldade no ano anterior, não há nenhum registro na escola, o que também dificulta algumas ações que pretendia fazer. Também, estou aguardando algumas sugestões de bibliografia, indicada pelos especialistas da escola, para poder aprimorar meu trabalho com esta aluna. Neste período, essa é a minha maior angústia, pois necessito estar em constante “luta” com ela e ao mesmo tempo explicando aos demais que esse tipo de atitude não é adequada, procurando fazer com que reflitam a respeito e escolham fazer diferente.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

REPENSANDO...



Me surpreendi ao fazer o relatório semanal da minha prática de estágio, pois foi uma forma de avaliar aquilo que deu certo e aquilo que ainda não funcionou como deveria. Não que isso não fosse feito anteriormente, mas não ocorria dessa forma. Repensei a semana que se passou, vislumbrando os objetivos que havia proposto para aquele período e percebi que a maioria deles foi desenvolvido; que alguns ainda devem ser retomados e que surgiram outros que não haviam sido previstos. Cito a atividade que propus da construção de um livro sobre a história de cada um: tenho uma aluna adotiva e outro aluno que mora com os avós, por isso surgiu um conceitual que estava previsto para mais tarde - os tipos de famílias – mas que em virtude de haver solicitado que desenhassem seus pais, surgiu esse assunto, que foi discutido e conversado pelo grupo. Percebi que foi muito importante para a aluna que é adotiva, sentir que tanto para a professora como para os colegas, ter uma família adotiva é normal. Assim, confirmo que o planejamento deve ser flexível, pois ao longo do seu desenvolvimento, ele pode sofrer alterações, seja a inclusão de novos conceituais ou mesmo o adiamento de alguns previstos.
Apesar de todo o esforço que tenho feito para planejar atividades atrativas e envolventes, ainda percebo que muitos alunos apresentam um tempo curto de concentração, demonstrando distração; olhando para os lados; para qualquer coisa; para o nada; ou fazendo comentários completamente diferentes do assunto a que estamos nos referindo. Sinto que os alunos realizam as atividades por obrigação, da forma mais rápida possível para acabarem logo, e isso ocorre seja com atividades escritas, seja com jogos e brincadeiras e principalmente com discussões orais, onde necessitam expor seu ponto de vista ou contribuir com alguma colocação. Tenho procurado diversificar as propostas de trabalho, com a intenção de atrair e estabelecer alguma relação significativa para o meu educando. Confesso que nem sempre é fácil, pois a rotina diária é bastante cansativa e falta tempo para buscarmos materiais mais interessantes e relacionados àquilo que estamos estudando. As escolas estão relativamente bem estruturadas com relação a materiais pedagógicos, mas seria necessário dispormos de um tempo para realizar pesquisas na própria escola, bem como fazer leituras dos livros a disposição e materiais audiovisuais disponíveis, para saber a que se referem. Enquanto isso, desenvolvo o meu trabalho almejando acertar sempre, mesmo que durante o caminho encontre alguns obstáculos, mas seguindo sempre em frente, firme e forte naquilo que me proponho.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Resposta aos questionamentos da tutora - referente a postagem " Muita Agitação"

Interagir com a aprendizagem, sob o meu ponto de vista, é participar de forma efetiva na construção de aprendizagens, construindo o jogo, explorando de maneira prática os materiais, experiênciando, discutindo, entre tantas possibilidades, sempre buscando que o educando seja um sujeito ativo dentro do processo e não apenas um expectador. Segundo PIAGET, “o interesse é o prolongamento das necessidades. É a relação entre um objeto e uma necessidade, pois um objeto torna-se interessante na medida em que corresponde a uma necessidade.” Sendo assim, entendo que preciso rever quais são de fato suas necessidades, buscando adequar os jogos e atividades diferenciadas, direcionando principalmente para os atitudinais, que estão atrapalhando o desenvolvimento da aula.

PIAGET, Jean. O desenvolvimento mental da criança. In: Seis estudos de psicologia. Rio de Janeiro: Forense. 1986.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Muita agitação!!!!

Procuro fazer da minha sala de aula um espaço construtivista, pois conforme Piaget: “Conquistar por si mesmo um certo saber, com a realização de pesquisas livres, e por meio de um esforço espontâneo, levará a retê-lo muito mais; isso possibilitará, sobretudo ao aluno, a aquisição de um método que lhe será útil por toda a vida e aumentará permanentemente a sua curiosidade, sem o risco de estancá-la, quanto mais não seja, ao invés de deixar que a memória prevaleça sobre o raciocínio, ou submeter a inteligência a exercícios impostos de fora, aprenderá ele a fazer por si mesmo funcionar a sua razão e construirá livremente suas próprias noções.” (Piaget, 1976, cap. V) Logo, ao interagir com a aprendizagem, o aluno terá mais gosto pelo que está aprendendo, tornando-a significativa, portanto, lembrará para toda a vida. Lembramos somente daquilo que de uma forma ou de outra nos trouxe algum significado. Desenvolvo meu trabalho com a intenção de tornar a escola um local onde os alunos produzam seus conhecimentos de forma autônoma e não apenas recebam conhecimentos transmitidos pelo professor. Por isso, desempenho o papel de mediadora dos saberes, buscando colaborar para a formação de cidadãos críticos e conscientes, capazes de promover transformações.
Iniciei o estágio com muitas expectativas, dentre elas: saber colocar em prática tudo que eu aprendi ao longo do PEAD/UFRGS; outra é encontrar a melhor forma de sanar as dificuldades individuais dos meus alunos e quem sabe a mais importante, auxiliar meus educandos para que percebam o quanto é necessário ouvir para aprender.
Gostaria de relatar o jogo do “troca 10” que apliquei na aula de hoje. Os alunos já vem há bastante tempo explorando o material dourado, seja brincando livremente ou conforme o combinado, porém, resistem sempre que proponho alguma atividade dirigida; não querem jogar ou fazem de qualquer jeito. E hoje não foi diferente. Alguns alunos brincaram de acordo com as instruções, mas outros não o fizeram, sendo necessário a minha intervenção. Além disso, dois alunos estão encontrando muita dificuldade em identificar números e associá-los as quantidades correspondentes. Pretendo utilizar de maneira intensiva este material, explorando suas diversas formas de uso, até que todos tenham compreendido unidade e dezena de forma efetiva.PIAGET, Jean. DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM. UFRGS – PEAD

segunda-feira, 5 de abril de 2010

O COMEÇO

Estou iniciando 2010 de forma especial, pois este ano tenho grandes desafios para superar: o primeiro é o estágio curricular (1º semestre) e o segundo é o trabalho de conclusão (2º semestre).
Creio que o estágio, que realizarei com a minha turma, é o momento de colocar em prática tudo que aprendi ao longo da PEAD/UFRGS. Receio, pois as idéias são muitas, mas o tempo disponível para planejar é curto, dificultando assim o trabalho. Estou bastante ansiosa para conversar com o orientador, para acertar os detalhes de como será a prática do estágio. Confesso que fiquei um pouco preocupada após a aula presencial, pois estou pensando como será postar os planos de aulas e fazer relatórios diariamente.
Para iniciar minhas postagens relacionadas ao meu estágio curricular, gostaria de discorrer sobre a turma com a qual desenvolverei minha prática de estágio.
Este ano ocorreram algumas modificações na minha vida docente, visto que troquei de escola, pois a que eu trabalhava no turno da tarde fechou devido à redução do número de alunos. A escola que estou agora tem uma realidade e um contexto completamente diferente do qual estava habituada; é uma escola relativamente grande por situar-se no interior (159 alunos), contempla o ensino fundamental completo, possui uma equipe diretiva formada por especialistas, entre outras diferenças.
Para completar a série de desafios, há dez anos lecionando, esta é a turma mais agitada e barulhenta com a qual trabalhei.
“Farei o estágio com a minha própria turma, um 2º ano, turma única, composto por 16 alunos, sendo 5 repetentes e 11 alunos novos na série. Destes, 11 são meninos e 5 são meninas, com idades entre 7 e 10 anos. Uma aluna tem acompanhamento psicológico, psiquiátrico e com a orientadora educacional e outro aluno somente acompanhamento psicológico. Esta aluna apresenta um comportamento completamente inadequado para um ambiente escolar, descumprindo todas as normas e regras da escola.
É uma turma bastante agitada, inquieta e barulhenta, apresentam muita dificuldade em ouvir as ordens, bem como em cumprir as combinações, necessitando sempre da intervenção da professora para baixarem o tom de voz; para ficarem sentados nos seus lugares. Precisam ser lembrados com frequência, das regras da turma e da escola. Entretanto, são amigos, gostam de se ajudar e mantém um bom relacionamento entre eles.
A maioria dos alunos realiza as atividades com capricho e organização, nas alguns ainda apresentam dificuldade no recorte e na colagem, bem como em respeitar os limites ao pintar, muitas vezes utilizando uma pintura riscada tanto na horizontal quanto na vertical. Três alunos são muito lentos e dificilmente realizam todas as atividades propostas, apesar do incentivo da professora.
A maioria realiza suas atividades com autonomia e correção, mas creio que por imaturidade e insegurança, ainda necessitam de muitas explicações coletivas e individuais. Ainda têm dificuldade em manter a sala de aula limpa, deixando lixo e também materiais espalhados pelo chão. Muitas vezes perdem ou esquecem de trazer seus materiais escolares, prejudicando assim o andamento da aula. Iniciei o ano letivo com os alunos dispostos em “U”, posteriormente em duplas, mas infelizmente tive que organizá-los sentados individualmente, pois conversam ininterruptamente.”
Por tudo isso, continuo pensando que educar exige muita determinação, sendo que o professor não pode desistir dos seus alunos, é como educar um filho: trabalho diário, buscando alcançar os objetivos planejados, para colher os resultados no futuro.