segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

Confissão

Segundo Amélia Bueno Buoro, “se o objetivo é ser um educador de arte, ver arte e estudar arte são questões fundamentais para a construção de uma competência no foco da leitura da imagem da arte”. “Ver e gostar é só o começo”. “Só podemos ensinar aquilo que efetivamente sabemos”. Seguindo o raciocínio de Amélia, preciso confessar que sinto uma imensa dificuldade para trabalhar arte com meus alunos, visto que eu particularmente não gosto da mesma. Nesse sentido, sinto que meu trabalho fica bastante restrito, pois apenas desenvolvo aquilo que consta nos conteúdos mínimos. Com certeza meu objetivo não é ser uma educadora de arte, no entanto, preciso pesquisar e estudar bastante a respeito para que possa garantir aos meus alunos a qualidade do trabalho que desenvolvemos em sala de aula. Também, gostaria de salientar que na minha cidade não existe nenhum espaço formal para a arte, sempre que há alguma atividade, é utilizado um espaço informal para que ocorra a mesma.

Quanta riqueza

A história da arte é sem dúvida bastante complexa e diversificada, sendo possível observarmos uma longa caminhada e muitas modificações desde as pinturas rupestres até a arte contemporânea. Aprendi que o “significado de uma obra de arte, não está contido necessariamente nela, mas às vezes emerge do contexto social, político e formal em que ela existia”. Por isso, vejo que devemos sempre instigar nossos educandos para que pesquisem sobre o autor das obras, bem como o título e a história da mesma. Na história da arte no Brasil, o que mais chamou minha atenção foi a Arte Primitiva, que representa coisas nacionais, o artista primitivo seleciona elementos da tradição popular de uma sociedade e os combinam plasticamente, as esculturas são muito bonitas.

Desafios

A interdisciplina de Teatro e educação me propôs muitos desafios, pois nunca gostei muito de fazer apresentações e também me sinto um pouco inibida e envergonhada em realizar atividades que envolvam o corpo de uma forma geral; sinto dificuldade em achar um lugar para as mãos, sinto que fico um pouco “travada”, que não consigo me entregar por completo às atividades. Por isso, propor atividades de teatro aos meus alunos não foi tão fácil como parecia. Realizar o inventário criativo proposto foi mais tranqüilo, visto que já havia feito as atividades durante a aula, só foi preciso adaptá-las ao contexto da minha turma. Através da leitura dos textos, descobri que qualquer um pode fazer teatro, pois aprendemos com a experiência, com a improvisação, que é muito importante valorizar e respeitar o aluno na sua capacidade, pois apoio e confiança são fundamentais para que ele possa desenvolver qualquer habilidade, sendo que na relação professor-aluno não existe autoritarismo. Durante a realização das atividades, cometi um erro: pedi aos alunos que escolhessem um colega para associar a letra inicial do nome com uma palavra conhecida. Então, percebi que os alunos que foram ficando para o final, demonstraram certo nervosismo e angústia. Mas todos realizaram a atividade de forma satisfatória, sendo que alguns colegas precisaram se conter para não falar na vez do outro. Logo, lembrei-me do texto Improvisação para o Teatro que dizia “que não se deve ir escolhendo, pois é muito desagradável para os que vão ficando por último”. No final, deu tudo certo e a atividade foi um sucesso, mas infelizmente não pude fotografar, pois a tecnologia nem sempre está disposta a colaborar... A máquina estragou!

Tecnologia: nossa aliada!

Neste curso, a tecnologia está presente em todos os momentos, nas aulas, na realização das atividades, nas pesquisas, nas trocas de idéias com colegas, professores e tutores. Nesse sentido, achei muito interessante a realização do trabalho sobre os elementos da narrativa, que foi realizado em grupo, pois escolhemos uma história e podemos lê-la através da internet, não necessitando nos reunir ou retirar um livro de uma biblioteca para elaborar o trabalho. Sem dúvida a tecnologia é uma aliada no nosso fazer docente, bem como discente.

Ler, ler e ler!!!

As primeiras obras de literatura infantil criadas no Brasil, não possuíam uma linguagem adequada para este público, pois eram traduções e adaptações de obras estrangeiras. Aqui, o primeiro autor a se preocupar em adequar a linguagem para o público infantil, foi Monteiro lobato, sendo que este dominou o gosto infantil por mais de vinte anos. Hoje, encontramos muitas obras de qualidade, pó exemplo às escritas por Ruth Rocha, Ana Maria Machado, entre tantas outras. Porém o que me preocupa é que nossos alunos não possuem acesso a este tipo de material, pois a maioria tem aquelas coleções que são vendidas ao valor irrisório de dez reais, sendo que são pobres em conteúdo e também em ilustrações. Na escola que eu trabalho, temos uma vez por semana, trinta minutos para os alunos dedicarem à leitura de forma livre, sendo que cada um escolhe o título que vai ler (revista, livro, jornal, gibi, ...). No início, achavam chato, cansavam, se dispersavam, porém, ao longo do ano foram adquirindo gosto por essa prática e agora quando chega o dia, logo no início da aula já avisam para que não haja esquecimento.

Vivendo e aprendendo

A nossa aula de literatura, onde cada grupo fez uma contação de história, foi magnífica. No início da proposta, pensei que seria uma grande perda de tempo, pois não via finalidade em contarmos histórias para as demais colegas, principalmente em grupos. No entanto, fiquei admirada com os resultados, pois através dessa dinâmica, pude acrescentar novas formas de contar histórias a minha prática docente, umas mais elaboradas, outras menos, mas todas com um brilho muito especial. A história do Batatildo, por exemplo, simples e prática, achei uma proposta incrível para que os próprios alunos possam realizá-la em sala de aula. Também, percebi que a contação de histórias não deve ficara restrita apenas ao professor, mas que todos têm capacidade e potencial para isso, mesmo que alguns demonstrem mais nervosismo e ansiedade do que os outros, a história acaba sendo contada, despertando em cada um de nós, o gosto pela leitura, bem como a criatividade e a imaginação. Nota dez para esta atividade, apenas com uma ressalva: deveríamos ter podido ver todas as apresentações...

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Trabalhando com releituras


Sempre tive curiosidade em saber como deveria desenvolver o trabalho de releitura de obras de arte com meus alunos, mas concomitantemente tinha muitas dúvidas sobre como fazê-lo. Para minha satisfação, pude durante este semestre, no decorrer da interdisciplina de artes, aprender o que é uma releitura e como utilizar este tipo de trabalho em minha sala de aula. Inclusive, fiz uma releitura, que está postada no blog de artes... Primeiramente trabalhava simplesmente com a cópia, sendo que não havia um aprimoramento técnico, uma transformação, não havia uma interpretação. Mas hoje, após os estudos realizados, posso tranquilamente propor aos meus alunos que façam uma releitura, pois agora sei que para ser uma releitura é preciso haver transformação, interpretação, criação com base num referencial. E, é isto que meus alunos tem conseguido alcançar, tendo como resultado trabalhos muito legais, mesmo em se tratando de um 1º ano do Ensino Fundamental.