domingo, 6 de julho de 2008

Colocando em prática

A escolha do que eu iria desenvolver em meu Plano Individual de Estudos, deu-se pelo fato de eu ter assumido o Projeto da Classe de Apoio, que atende seis alunos com dificuldades de aprendizagem, principalmente nos conceituais de Português e de Matemática, de cada turma, do 2º ano a 4ªsérie. Então, queria que as quatro horas que os alunos estivessem comigo, aprendessem de forma lúdica e diferenciada, que sentissem prazer e que as dificuldades fossem sanadas através das brincadeiras. Primeiramente decidimos em conjunto quais seriam os jogos que iríamos confeccionar, começamos por um dominó da tabuada e cartelas para produção de texto, contendo 10 objetos cada uma. Os jogos confeccionados foram utilizados pelos alunos e procuramos descobrir todas as maneiras de utilizá-los. Na verdade, iremos aproveitá-los durante várias aulas, sempre com um enfoque diferente. Como eu atendo eles duas vezes por semana, em uma delas deixo-os livre para escolher com qual jogo querem brincar, e geralmente eles escolhem aqueles que trazem mais desafios. Para complementar o meu plano de estudos, tive a felicidade de participar da interdisciplina de matemática, a qual me proporcionou aprender e relembrar inúmeros jogos, sendo que alguns já têm na escola, outros pretendo confeccionar e alguns tenho que adaptar, pois não possuímos laboratório de informática. Fico um pouco frustrada por não conseguir mais tempo disponível para confeccionar todas as sugestões de jogos que aprendi, e inclusive gostaria de dizer muito obrigada as colegas, pois todos os trabalhos que eu tive a oportunidade de ver, estão maravilhosos e já selecionei-os para a minha lista de sugestões de jogos e atividades, sendo que fiquei impressionada com a variedade de maneiras que conseguiram propor para um mesmo conceitual. Realmente cada ser é único!!! Bom, vou construindo os jogos com calma e guardando-os, para utilizá-los assim que possível. Ainda permaneço com o desafio de encontrar mais jogos na área do Português, pois não estou encontrando diversidade de jogos e atividades, infelizmente acabam se repetindo. O que encontrei em maior quantidade são os jogos envolvendo ortografia. Enfim, estou aceitando mais e mais sugestões....

Perguntando

Penso que os professores deveriam instigar e responder sempre que os alunos formulassem perguntas, pois não existe no meu ponto de vista, nenhuma pergunta que seja improdutiva, sendo que todas elas remetem a algum tipo de resposta. Gosto mesmo é de trabalhar com alunos pequenos, pois eles ainda não possuem “maldade”, “malícia” e não se envergonham em perguntar ou riem quando alguém faz uma pergunta engraçada. Eles são muito espontâneos, lembro de um dia em que uma aluna me perguntou se eu havia tirado o pelo que eu tenho no queixo (pasmem, é só um fio, e ela havia reparado), a partir daí, inicio-se uma discussão sobre porque as mulheres tiram os pelos e os homens não, porque os homens têm barba e as mulheres não.... Enfim, de uma forma ou de outra, a partir de uma pergunta sempre se constrói algum conhecimento.
Sinto, por ainda ver colegas que não tem paciência para responder aos questionamentos dos alunos, principalmente se forem diferentes do assunto que estão trabalhando. Já cheguei a ver colegas ofendendo e humilhando os alunos, ou até mesmo não respondendo. Vejo, que ás vezes eles só tem nós para perguntar, ou porque os pais não sabem ou porque não tem “tempo” / paciência para respondê-los.

Vivências


Há quatro anos, trabalhei com uma 4ª série, onde tive que desenvolver dentre outras, a disciplina de Estudos Sociais. Foi um trabalho muito gostoso e interessante, pois há uma gama riquíssima de materiais e saídas a campo que podem ser feitas para explorar os conteúdos desenvolvidos em sala de aula. Realizamos muito trabalho de pesquisa, de estudo em grupo, de dramatizações, entre outros, sendo que para culminar, em novembro, realizamos o passeio a capital do estado, Porto Alegre. Fomos à maioria dos pontos turísticos, bem como na sede do governo. Com certeza ficou na memória de todos.

Vamos brincar !!!

É muito importante desenvolver um trabalho que englobe as noções de tempo e espaço. Porém, observando que a noção e tempo e de espaço ocorre por etapas/estágios, sendo preciso adequar a realidade de cada um, as atividades a serem realizadas.
Na escola em que eu trabalho, fizemos todo o ano na Páscoa a Caça ao Ninho, onde cada turma recebe uma pista que vai levando as demais, até que encontram seus ninhos. Nesse caminho, realizam várias atividades envolvendo orientação, tais como: virem à direita e caminhem vinte passos até a próxima pista... Alguns alunos encontram dificuldades para se localizar, mas com a ajuda da professora acabam encontrando o local indicado. Cada turma recebe pistas que levarão a um local diferente, de acordo com a série. As crianças adoram. Esta atividade envolve as duas noções: tempo e espaço. Acho que deveríamos realizar mais brincadeiras como esta, pois através do lúdico os alunos também, constroem o conhecimento.

Identidade

Realmente a discussão em torno de trabalharmos o eu, a família, o bairro, o município e o estado, é bastante sucinta, pois infelizmente encontramos profissionais que acreditam ter a missão de passar tosos os conceituais contidos no Plano de Estudos. Porém, penso que essa organização está correta, pois quanto maiores mais capacidade de entendimento os alunos terão (é o se presume), mas, também, por acreditar que é imprescindível o aluno conhecer a si próprio primeiro, a sua história e a da sua família para posteriormente poder entender a história de outro. Observo, na comunidade em que eu trabalho os alunos não saberem seu nome completo, o nome dos pais (geralmente chamam pelo apelido), então é preciso haver um resgate histórico e social da identidade de cada um, bem como de sua família. Além disso, Estudos Sociais deve trabalhar em torno de datas comemorativas e acontecimentos atuais, porém com um enfoque crítico e reflexivo, bem como integrado as demais disciplinas. O educador jamais deve esquecer que o seu educando já possui conhecimentos prévios, que se assemelham ao de sua família e também aos demais grupos sociais que ele participa. Acredito, principalmente por trabalhar na periferia, que a escola deve proporcionar aos alunos conhecer diferentes realidades, principalmente através de passeios, estimulando eles a realizarem novas descobertas e vivenciarem novas realidades, em grupos sociais e culturas diferenciadas.

Lembranças!


Felizmente as aulas de Estudos Sociais já não são mais as mesmas. Hoje em dia, há uma proposta mais reflexiva e crítica, fortalecida por questionamentos. Antigamente o aluno não era visto como parte integrante de uma história, que também é formada pela sua. Não consideravam os conhecimentos prévios que ele já possuía. Da minha época como aluna ficou marcada em minha memória, as comemorações da Semana Farroupilha, que aconteciam no CTG Tiaracy e também o Hasteamento das bandeiras que fazíamos semanalmente. Assim, percebo e comprovo que é disso que os nossos alunos necessitam, é olhar de pertinho, é tocar, é sentir. O lúdico e o concreto serão lembrado para a vida toda, enquanto que os demais fatos dificilmente vêm a nossa mente,...
Precisamos trabalhar Estudos Sociais de forma integrada com os demais componentes curriculares, de forma flexível e de acordo com a realidade em que o aluno está inserido. Temos que instigá-lo para que ele identifique os problemas da vila onde mora, para que possa através de reflexões, mapear as dificuldades e de forma consciente e crítica atuar com a intenção de modificar a situação.
Entre o professor e o aluno deve se estabelecer uma relação de afeto, confiança, amor, troca de experiências, pois assim teremos sucesso ao realizar aquilo que planejamos. Cabe então, utilizar atividades práticas, estabelecendo relações entre o passado e o presente, valorizando as memórias de cada um.

Construção coletiva

Durante a atividade das sombras, percebi o quanto é interessante e mais produtivo construirmos conceitos de forma coletiva. Houve muita discussão, pois todos queriam e tinha algo para contribuir, mas isso só enriqueceu o processo. Também, vejo que está mais do que na hora da escola adentrar a realidade de cada família da sua comunidade, para que os alunos possam efetivamente ser multiplicadores de tudo aquilo que construirmos na sala de aula. Talvez poderíamos solicitar que os pais viessem até a escola ou que a turma fosse até a casa de determinado pai (previamente combinado) para que possamos receber a ajuda deles na definição de alguns conceitos. Vejo que a troca seria muito produtiva.

Faça a sua parte!

Esta interdisciplina fez-me refletir mais sobre as questões ambientais. Já realizei pesquisas, leituras e assisti à palestra sobre o tema. Vejo que é nosso dever alertar os nossos alunos para que saibam os problemas pelo qual o nosso planeta está passando, bem como os fazer analisar e indeticar os problemas inicialmente da vila, depois bairro, da cidade, do estado e do país. Buscando a conscientização, demonstrando atitudes de respeito, valorização e preocupação com o nosso meio ambiente, cada um fazendo a sua parte, para que juntos consigamos resultados melhores, para garantir o futuro de todos os seres vivos.

Equilíbrio

A atividade de reflexão que fizemos sobre o filme Balance, foi muito interessante e acredito que posteriormente poderei utilizá-lo com meus a alunos e também com as professoras, pois através dele podemos explorar enfoques diversos, tais como a colaboração, o espírito de equipe, a nossa postura diante da natureza, entre outros. Além de percebermos que todas as nossas ações refletirão sobre o coletivo, por isso não devemos ter pensamentos e atitudes egoístas, podendo começar realizando ações simples, mas que certamente farão muita diferença: escovar os dentes com a torneira fechada, separar o lixo, reutilizar a água...

sábado, 5 de julho de 2008

Do simples para o complexo


Após a realização das atividades sugeridas pela professora de Ciências, constatei que podemos e devemos introduzir conceituais iniciando por tarefas simples, de fácil entendimento e de preferência partindo do concreto, realizando saídas de campo. Partindo da observação feita pelo professor, a fim de identificar os interesses dos alunos, posteriormente deverá globalizá-los integrá-los para desenvolver conteúdos que são obrigatórios no plano de Curso. Interessante também, seria utilizar o conhecimento informal, o popular que os alunos demonstram ter e através de pesquisas torná-los científicos.

Sentindo na pele!!

Dentre outras funções, vejo que este curso nos traz a possibilidade de assumirmos realmente o papel de estudantes, da mesma forma que os nossos alunos fazem. E, isso nos remete muito aos erros que cometemos com eles. Durante a realização do trabalho da representação dos desenhos, que fizemos na aula presencial, pude ver que também como os alunos, sentimos muita dificuldade em representar aquilo que é abstrato, e também, que nem sempre utilizamos o mesmo raciocínio ou idéia para fazer os desenhos; que cada um possui a sua maneira , mas que ao final remetem ao mesmo denominador. Essa troca de papéis proporciona uma reflexão constante sobre a nossa prática, fazendo com que utilizemos tudo àquilo que aprendemos durante o curso, dentro do possível ou adaptando-as, com nossas turmas.

Fazendo apostas!

A atividade envolvendo estimativa foi muito legal de ser feita, visto que utilizei algo do interesse dos alunos, que é o jogo dos pênaltis: “Como a brincadeira preferida dos alunos no recreio é o jogo de pênaltis, resolvi desafiá-los para que estimassem de dez chutes para cada um, quantos acertariam em gol. Cada aluno fez a sua aposta e então confeccionamos um cartaz em forma de tabela:

Aluno/ Aposta/ Gols marcados






Todos gostaram muito da brincadeira, principalmente quando acertavam a aposta feita.

Após a realização da atividade, foram abordados diversos questionamentos, tais como:
Quantos alunos acertaram suas apostas?
Quem fez mais gols?
Quem fez menos gols?
Quanto o Jean fez a mais que o Elivelto?
Quanto o Daniel fez a menos que o Adriano?
Quantos gols foram marcados ao todo?
Entre tantas outros que surgiram.”.
Eles demonstraram muita curiosidade e acharam muito interessante apostar. Além disso, passaram mais de uma semana fazendo estimativas envolvendo diversas atividades, como nº de alunos presentes, nº de lápis de cor no pote coletivo, nº de peças do quebra-cabeça, entre outras.

A importância da prática

Quando trabalho com grandezas com meus alunos, vejo que demonstram dificuldade e certo tempo para conseguirem assimilar os conteúdos em questão. E, depois de realizadas as leituras e atividades propostas, compreendo que devemos utilizar muitas situações envolvendo o dia-a-dia dos alunos, relacionando com seus interesses e principalmente explorando materiais concretos, para que realmente possam construir aquilo que aprenderam na teoria. O trabalho prático envolve mais os alunos e é o momento onde realmente irão surgir as dúvidas sobre o que está sendo estudado, e então há a possibilidade de realizarmos a construção coletiva de tal conhecimento.

Utilizando velhos conhecidos...


Através da realização da atividade e das leituras envolvendo materiais diversos, pude “desenterrar” alguns que já estavam guardados há tempo, os quais eu mesmo confeccionei, o geoplano e os blocos lógicos são exemplos disso. Vejo que a correria do dia-a-dia nos faz esquecer e deixar de lado atrativos que são simples e de baixo custo, que podem ser construídos pelos próprios alunos e quem sabe pelos seus pais, em uma oficina. O geoplano nos traz inúmeras possibilidades, entre elas à exploração da multiplicação e o trabalho com as figuras geométricas, que propus no wiki, porém ainda não havia realizado. Então, assim que foi possível, apliquei a atividade com meus alunos, alcançando um ótimo resultado, pois eles puderam manusear o geoplano e trabalhando com o concreto, estabelecer relações com a teoria que havíamos estudado.




Uma questão de orientação!!!

Meus alunos ainda demonstram certa dificuldade em orientarem-se no espaço, pois precisam de ajuda para resolver problemas simples, conforme já relatei na atividade EF 1, “buscar uma escada no almoxarifado que fica na segunda porta a direita, no corredor dos banheiros”, e também para indicar pontos de referência da própria casa, “perto do Bar do Belinho, passando a casa da benzedeira, ...”, sendo que raramente sabem seu endereço. Assim, é necessário realizar atividades que envolvam a orientação espacial e então, cito uma prática que ocorre todos os anos na escola em que eu trabalho: na Páscoa realizamos a Caça ao Ninho, onde cada turma recebe uma pista que vai levando as demais, até que encontram seus ninhos. Nesse caminho, realizam várias atividades envolvendo orientação, tais como: virem à direita e caminhem vinte passos até a próxima pista... Alguns alunos encontram dificuldades para se localizar, mas com a ajuda da professora acabam encontrando o local indicado. As crianças adoram.

Prática aliada a teoria

A interdisciplina de matemática fez com que eu pudesse refletir a cerca da minha prática docente, visto que esta lançou muitos desafios, utilizando atividades práticas, embasadas na teoria. Pude repensar a forma como vinha desenvolvendo certos conceituais de matemática nas minhas aulas, pois apesar de sempre procurar fazer o melhor, surgem dúvidas e muitas perguntas sobre o que é certo e o está sendo feito errado. Realizadas as atividades e também, pela socialização de muitas sugestões dos trabalhos desenvolvidos pelas colegas, pude aprimorar o meu trabalho com as turmas que atendo, principalmente por desenvolver o projeto da Classe de Apoio, o qual tem como principal objetivo sanar a s dificuldades específicas dos alunos atendidos, de forma lúdica e prazerosa. Cito como exemplo de uma atividade prática que desenvolvi com meus alunos e foi um sucesso, pois faz parte das vivências deles:


http://fabianavleal.pbwiki.com/Atividade+CS+4