sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Observando a narrativa


A narrativa da aluna é rica em detalhes, contando inicialmente uma história e logo incluindo fatos e situações imaginárias, sendo que faz uma mistura do real com o fictício, criando uma história de faz de conta, e segundo Maria Cecília Perroni, é preciso encarar isso como um dos elementos mais importantes para o desenvolvimento cognitivo e afetivo dos pequenos. Relata situações do seu cotidiano e também parte de um filme. A história que a Luana contou, segundo Thais Gurgel, “têm ligação com a presença do faz de conta no pensamento infantil e a maneira de apreender o mundo e elaborar os sentimentos”, pois na verdade ela acabou transformando a sua história em um caso; em uma história folclórica da localidade.
Compreendi que nós educadores não devemos tirar conclusões precipitadas sobre as histórias que as crianças nessa idade contam, visto que é natural relatarem fatos do seu dia-a-dia, mas que isso não é uma regra, pois podem estar citando situações ocorridas com vizinhos, parentes, amigos, ou mesmo situações que viram em um filme ou desenho. Isso, não impede que ela saiba separar futuramente aquilo que é real daquilo que é irreal.

Letrar alfabetizando

O modelo autônomo de letramento considera que o processo de aquisição da escrita é neutro, que independe do contexto social em que está ocorrendo. Mas, a escola deve levar em consideração o letramento social, visto que os sujeitos podem ser letrados e ainda não alfabetizados, o que não interfere no seu relacionamento com a sociedade. O letramento escolar reproduz em suas práticas a aquisição de códigos, processo esse que ocorre individualmente, sendo pré - conceito para o sucesso e a promoção do aluno. Já o modelo ideológico do letramento assegura que as práticas letradas são determinadas pelo contexto social em que ocorrem. Assim, o educando é respeitado na sua capacidade e tempo. É ultrapassar a barreira da escola, pois o letramento se dá também a nível social, dentro dos mais variados grupos e contextos. É a leitura critica da realidade, servindo assim de um instrumento de valorização social e também de resgate a cidadania.
A escola deveria letrar alfabetizando, isto é, aproveitar e valorizar toda a experiência com relação à função social da leitura e da escrita que o educando já possui e então a partir daí, formalizar a aprendizagem da leitura e da escrita em sala de aula. Não podemos ignorar que vivemos em um mundo que lê e escreve em sua totalidade, seja nos rótulos, nas placas, nos aparelhos telefônicos, enfim, é impossível desconsiderar que mesmo analfabetos, os alunos são capazes de utilizar a linguagem e a escrita para expressar suas opiniões e desejos; sendo assim, são sujeitos letrados.

Ler, escrever e falar


As pessoas não leem, falam e escrevem da mesma forma, pois varia de acordo com o contexto, com os sujeitos envolvidos, com as situações de uso, sendo que não há uma língua padrão, pois sofrem influências socioculturais. Tanto a leitura, quanto à escrita e a fala, ocorrem de formas variadas ao longo do tempo, pois não é um exercício mecânico a ser repetido sempre da mesma forma. As crianças estabelecem uma relação muito próxima entre a leitura e a escrita, sendo que transcrevem como falam, tornando mais difícil este processo. Algumas inclusive, necessitam de encaminhamento para a fonoaudióloga. Porém, ao longo do tempo, descobrem que a escrita precisa seguir regras e normas e assim vão acrescentando conhecimentos.

Planejar

Ter um horário de planejamento é muito importante, para que consigamos planejar nossas atividades docentes com qualidade. Assim ocorre no município em que eu trabalho; todos os docentes têm o direito há quatro horas semanais para planejar suas aulas. Acredito que para desenvolver uma aula com qualidade, é imprescindível que o professor esteja com sua aula previamente preparada, evitando assim ser pega de surpresa, principalmente pelos alunos maiores, que percebem o despreparo do professor. Também, é necessário que o professor entenda que por haver planejado, não significa que deve cumprir tal e qual durante as suas aulas o planejamento; é importante considerar as situações que ocorram, fazendo com que o planejamento seja flexível e que favoreça a aprendizagem utilizando aquilo que os educandos trazem como curiosidade para a escola.

Trabalho com projetos


Quando o professor desenvolve o trabalho por projetos, ele tem um facilitador a seu favor, pois um projeto deve sempre partir de algo interessante e significativo para os alunos. É o interesse e a curiosidade coletiva da turma que movem o projeto. O professor deve ser mais flexível, estando atento aos fatos novos que vão surgindo ao longo do processo, sendo um facilitador dos conhecimentos e não um transmissor. Todos devem ter vez e voz dentro do projeto, sendo respeitados em suas individualidades; é uma construção coletiva, de diálogo e cooperação. O aluno deve ser instigado a refletir de forma crítica sobre as situações, estando consciente daquilo que pode fazer para modificar as situações com as quais se depara. Pensando na realidade da escola, acredito que para que o professor desenvolva de forma satisfatória a Pedagogia de Projetos, é necessário que tenha o auxílio da supervisora, que irá contribuir com idéias e sugestões, bem como zelar para que não se interrompa o projeto sem tê-lo concluído.

Temas geradores

Durante a saída de campo que realizei para a interdisciplina de EJA, percebi que a educadora não estudou sobre alfabetização de jovens e adultos, na perspectiva freireana, visto que não utiliza no planejamento de suas aulas, a proposta dos temas geradores. Percebi que trabalha de forma solta e descontextualizada. Trabalhar com temas geradores, favorece a aprendizagem, pois o assunto a ser discutido parte dos interesses dos alunos. Inicialmente fala-se em uma dimensão maior, que é o mundo, para depois partirem para a realidade local, e então de forma crítica e reflexiva é visto quais são as necessidades de mudanças e de que forma isso será feito. São estas situações que se tornam os temas geradores, sendo assim construtivas. O professor deve estimular seus alunos para que através do erro possam fazer novas construções e consequentemente crescer. Tarefa difícil tem o professor: a de reencantar os educandos para que sintam-se motivados a enfrentar uma sala de aula, na busca por autonomia e melhores condições de trabalho; e também, incentivar seu alunos para que não desista, pois não há um tempo determinado para aprendermos, mas sim uma vida toda.

Antigo, mas atual

Apesar de bastante antigas, por volta de 1600, às idéias de Comênio são atuais e deveriam ser seguidas pelos educadores. Igualmente hoje, a educação pretende atingir a maioria dos indivíduos, sob o pressuposto de direitos iguais para todos. Comênio falava que é extremamente importante considerar o aluno em suas individualidades, em seus saberes anteriores, enfim, sendo um sujeito único. Além disso, cita a magnitude de uma educação voltada inicialmente para o ser humano, considerando seus sentimentos acima de tudo, pois somente aprenderá aquele que estiver motivado, sensibilizado. As aprendizagens devem ser significativas, para que a educação se efetive, bem como deve haver um bom relacionamento professor/ aluno, para que as aulas sejam prazerosas. É uma lástima que ainda haja tantos professores alheios a esta forma de educar. Isso me conduz a uma certeza: já é chegada à hora de reverem a forma como os cursos de Magistério preparam seus futuros professores a fim de acabarmos de vez com posturas inadequadas, que podam o aluno em suas capacidades, considerando-os como um grande grupo, de forma coletiva.

Por que avaliar?

Acredito que os cursos de graduação deveriam oferecer uma disciplina exclusiva de avaliação, pois é um tema complexo e que pode determinar o futuro de um educando. Na avaliação classificatória o aluno é tratado como um produto, sendo apenas considerados os aspectos quantitativos, com a intenção de julgar e classificar o aluno. Tem o caráter seletivo e competitivo. Não sugere propostas e encaminhamentos e sim reprova ou aprova. Já a avaliação mediadora está a serviço do aluno e da escola como um todo, considerando os aspectos qualitativos da aprendizagem, verificando se os objetivos estão sedo alcançados. Preocupa-se com o processo ensino x aprendizagem sob os aspectos cognitivos, afetivos e relacionais. É ação – reflexão – ação. E, é amparado neste tipo de avaliação que todos os professores e escolas deveriam desenvolver suas atividades docentes, considerando sempre o aluno em suas individualidades, sendo respeitado o tempo próprio de cada um, valorizando seus conhecimentos prévios. Cabe ao professor conhecer o seu aluno através das atividades do dia-a-dia e não avaliá-lo apenas por resultados de provas. Essa postura pertencente à posição reducionista da avaliação, estabelece destaque para a avaliação, sendo reservado um período específico para provas e testes, a fim de classificar o aluno; é como se fosse um ritual para comprovarem o que aprenderam. Dessa forma, muitos alunos ficam em pânico quando iniciados o período das avaliações, podendo assim, perder-se toda a construção de uma caminhada. O processo de ensino-aprendizagem reduz-se a uma seqüência de atos: transmitir – assimilar – memorizar – reproduzir conhecimentos. A avaliação ocorre em processos estanques, delimitados pelos períodos durante o ano letivo; não há uma continuidade. Consideram-se apenas os aspectos cognitivos em detrimento dos afetivos e das habilidades. Outra proposta de avaliação é a visão unilateral que considera apenas o aluno como parte do processo, sendo este o único a ser avaliado. Assim, não há democracia nesta visão, pois o professor é o soberano em sua avaliação, que é autoritária e centralizadora. A disposição dos alunos em sala de aula é em filas, um atrás do outro, reforçando a postura de autoridade do professor. Também, há a preocupação burocrática demasiada, onde provas, registros e testes, se sobressaem ao conhecimento global do educando. Na escola em que eu trabalho, temos uma educadora que com certeza desenvolve sua prática docente embasada nesta proposta, visto que demonstra uma demasiada preocupação com os registros, com os papéis, com provas e trabalhos individuais, avaliando os alunos apenas pelo resultado obtido nessas avaliações, sendo desconsiderado o progresso que o aluno teve durante o ano letivo. Sem dúvida, o professor tem papel fundamental no processo de avaliação, sendo que deve saber o que avaliar e para que avaliar; e utilizar a avaliação como instrumento de investigação para a partir das falhas detectadas, buscar alternativas para solucioná-las. Eu, enquanto educadora, estabeleço no início do ano com os alunos e com os pais, o que será avaliado, a forma como será transmitido aos envolvidos o resultado das avaliações, sendo que os alunos têm a oportunidade de avaliarem o processo, bem como se auto-avaliarem.

Por uma nova educação

Ao pensarmos um planejamento seja de um projeto, seja diário, devemos levar em consideração o interesse dos nossos alunos, pois assim estaremos trazendo algo significativo e contextualizado. Acredito que temos o dever de formar alunos cidadãos conscientes dos seus direitos e deveres, capazes de opinar e interferir de forma crítica e reflexiva dentro da sociedade em que vivem, podendo assim modificar a sua própria história para posteriormente fazer algo pela história da sua comunidade, por isso a importância de adequarmos os conceituais desenvolvidos a realidade em que estão inseridos. Estudiosos como Célestin Freinet e Maria Montessori, acreditavam que a educação tem o dever de tornar os cidadãos autônomos e cooperativos, respeitando-se as diferenças individuais permitindo o desenvolvimento da personalidade e do caráter individual, respectivamente. Nesse sentido, o Projeto Político Pedagógico da escola em que eu trabalho, também acredita que a educação tem esse dever, para isso promovemos atividades que envolvam a comunidade escolar, buscando uma integração entre a escola e a família, apesar de isso ser difícil. Proporcionar saídas de campo aos nosso alunos é outra atividades que promovemos a fim de mostrar a eles que existe um mundo além dos muros da escola e dos limites da vila, estabelecendo um diálogo crítico e reflexivo com os mesmos.

Crime com o educando

Infelizmente ainda encontramos professores semelhantes àquele que aparece no texto “O menininho”, de Helen Buckley. Professor este, que não deixa seus alunos serem autônomos, considerando que todos são iguais, sem peculiaridades e que aprendem da mesma forma. Não é fácil trabalhar com profissionais assim, e mais difícil ainda é fazer com que percebam que estão equivocados quanto as suas práticas pedagógicas, pois a mudança somente ocorrerá quando o educador sinta de fato, que cada aluno é único e merece ser tratado de forma individual, por mais complicado que isso possa ser. Acho que é um processo interno do sujeito, não adianta as pessoas que estão de fora quererem que ele mude, se o próprio não deseja isso. Cito aqui, a situação de uma colega de trabalho, a qual já foi chamada inúmeras vezes pela equipe diretiva, a fim de rever a sua postura, inclusive esta já é Pedagoga; no início se compromete e tenta fazer diferente, mas ao longo do tempo retorna a fazer coisas que não deveria. Eu, enquanto educadora, busco desenvolver atividades que desenvolvam autonomia e criticidade em meus educandos, procurando trabalhar de forma coletiva, na criação de regras e conceitos, a fim de transformá-los em conhecimentos. Espero que todos aqueles que forem meus alunos, possam lembrar de mim, como uma pessoa que foi acima de tudo amiga, pois creio que somente através do afeto o professor pode estabelecer uma relação de confiança com seu educando, tão necessária para ocorrer à aprendizagem. Também, procuro adequar os conceituais obrigatórios à realidade deles, para que se tornem significativos. Enfim, o diálogo, galgado numa relação de confiança e respeito mútuo, conduzirá os alunos para serem sujeitos críticos e reflexivos, capazes de transformar a realidade em que vivem.


Função da EJA

A Educação de Jovens e Adultos tem a função reparadora, ou seja, é a forma como as políticas públicas pretendem suprir o direito que foi negado aos jovens e adultos, de poder estudar na idade regular. Através da EJA, essa clientela tem a oportunidade do acesso ao ensino de qualidade, onde poderão ampliar suas práticas de letramento, de escrita e de leitura do mundo. Vão adquirir autonomia para lerem, escreverem e calcularem sozinhos, sem ter que necessitar do auxílio de outras pessoas.

Sujeito EJA

Falar de Educação de Jovens e Adultos, é considerar acima de tudo a situação de “não crianças”, de excluídos da escola e de pertencentes a determinados grupos sociais. Se a escola considerar estes três aspectos, receberá esses alunos oferecendo um ensino condizente com a realidade dos mesmos e sobretudo de qualidade. Cabe ao professor oferecer aulas atraentes e principalmente diferentes daquelas dadas no ensino regular, visto que para um adolescente e principalmente para um adulto que trabalhou durante um dia inteiro, chegar à escola e ter que assistir uma aula onde a professora passa a música “O sapo não lava o pé”, é consideravelmente desmotivante. Claro, que se esta canção estivesse envolvida em um projeto sobre a infância, seria uma atividade atraente e motivadora, mas isso sem dúvida não ocorreu – encontrei essa situação durante a saída de campo. Além disso, os educadores de EJA precisam entender primeiro, que estes alunos que estão lá, foram excluídos do ensino regular seja por evasão; por inúmeras repetências; ou por iniciarem muito cedo a trabalhar; mas que essa situação é comum a todos, por isso é necessário que ele busque envolver este educando, valorizando toda e qualquer experiência que ele traga consigo, a fim de mantê-lo na escola. Bem como, perceber que por participar de determinados grupos sociais, esses adultos e adolescentes têm uma identidade sócio-cultural já definida e, portanto, precisa ser respeitado. Sem dúvida, ao realizar a saída de campo, confirmei tudo o que havia aprendido neste interdisciplina, pois encontrei na escola alunos oriundos de outras cidades, que migraram em busca de melhores oportunidades de emprego; filhos de pais na sua grande maioria analfabetos e pobres. Estão na escola hoje, por necessidade, de trabalho, para tirar a carteira de habilitação ou para aprender a ler e a escrever. Percebi que sentem vergonha dessa situação e que são movidos por motivações próprias, visto que a família acha bobagem voltar a estudar nesta idade. Por terem “maior capacidade de reflexão sobre o conhecimento e sobre seus próprios processos de aprendizagem” (OLIVEIRA, Marta Kohl), estão mais vulneráveis a se frustrarem diante das dificuldades, acabando por abandonar a escola. Muitos já iniciaram os estudos muitas vezes, mas acabam desistindo ao longo do ano. Outro fato que me chamou a atenção foi que todos conheciam os números e sua utilidade na vida diária; sabiam horas, fazer cálculos mentais, utilizar o sistema monetário, enfim aquilo que era útil e necessário para o seu cotidiano. Porém relataram que o conseguiam pegar um ônibus, pois não sabiam ler o que estava escrito. Finalizando, creio que a docência na EJA requer muito preparo por parte do professor e da escola como um todo, valorizando e respeitando esses alunos; numa constante troca entre os envolvidos no processo de ensino/aprendizagem.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

RETROSPECTIVA DA HISTÓRIA DOS SURDOS

Inicialmente os surdos não eram considerados cidadãos, tendo negado o direito ao voto, ao casamento, ao estudo, entre tantos outros. Porém, tornaram-se objeto de curiosidade e consequentemente de estudo e pesquisa. Então, decide-se que nas escolas, somente poderia ser usado o Oralismo com os alunos surdos, por acreditarem que somente a linguagem oral era capaz de proporcionar um diálogo e que a língua de sinais atrapalhava o desenvolvimento dos alunos. Entretanto, a língua de sinais continuou sendo utilizada, mas de forma escondida, pelos surdos.
A partir da década de 60, adotou-se então, a Comunicação Total, uma mistura da Língua Portuguesa, linguagem oral e da Língua de Sinais; fracassando novamente, dado a confusão causada pela mistura de línguas.
Atualmente, a melhor proposta é considerada a do Bilinguismo, que prioriza a Língua de Sinais, para posteriormente utilizar uma segunda língua, a Língua Portuguesa.
Para acolher o aluno surdo, é necessário que o professor esteja preparado, bem como a instituição escola, sendo que este aluno precisa ser respeitado em sua individualidade e peculiaridade. Além disso, cabe ao educador, entender que a Língua oficial do surdo é a LIBRAS, e não a língua Portuguesa. Também, é preciso proporcionar uma gama maior de elementos visuais, visto que o surdo tem esse sentido aguçado. E, é imprescindível travar uma luta para exigir o direito que este aluno tem em ser acompanhado por uma intérprete em sala de aula.
Não é verídico que o aluno surdo tenha dificuldades de aprendizagem, e sim pode ter dificuldades em escrever, pois a Língua de Sinais difere da Língua Portuguesa. Para o aluno surdo, encontrar um professor surdo representa uma maior identificação cultural, visto que este se torna um exemplo de adulto surdo bem sucedido, situação geralmente incomum no seu cotidiano.
É preciso desmistificar o preconceito que o surdo sofre muitas vezes dentro da sua própria casa, sendo assim reproduzido na sociedade. A criança surda precisa sentir dentro da sua família, que é uma pessoa com capacidade e habilidades como qualquer outra; se for considerada assim, encontrará forças para lutar contra o preconceito com o qual irá se deparar pelo mundo afora. Por isso, os pais tem o dever de conhecer a fundo os direitos dos seus filhos, para poder garantir que os mesmos cresçam e se desenvolvam da melhor maneira possível.
O surdo precisa ser considerado como diferente em um único aspecto, a audição, mas não como deficiente ou inferior.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Direitos


Falar em inclusão é muito bonito, porém, a forma como ela ocorre em nossas escolas é um ato de desrespeito para com o professor e com o aluno. Gostaria de relatar a história de uma colega professora que recebeu um aluno deficiente auditivo. Simplesmente a diretora levou o menino até a sala de aula e o apresentou a ela, dizendo que ele era surdo. Logo, ela ficou apavorada, pois não sabia como iria fazer para receber de forma satisfatória o menino. Também, os colegas ficaram um pouco apreensivos, mas logo fizeram amizade com ele. A professora partiu em busca de um curso para aprender a falar Libras, mas percebeu que não era tão simples assim e que levaria bastante tempo para poder estabelecer um diálogo fluente com o aluno. Houve o auxílio da família do garoto, e felizmente como ele já era alfabetizado, foi possível a comunicação escrita. Infelizmente, ninguém orientou a professora, nem mesmo a escola sabia que o aluno surdo tem o direito de ter um intérprete na sala de aula. Vejo que falta orientação e conhecimento por parte das instituições de Ensino, da Secretaria de Educação, e principalmente por parte da família, a qual deveria saber o que a lei garante para o seu filho e lutar para que sejam efetivados esses direitos. Assim, acredito que poderá ocorrer a inclusão de fato.

História dos surdos



A caminhada dos surdos vem se modificando ao longo da história, sendo que hoje, são considerados (ainda que haja preconceito) pessoas capazes como quaisquer outras, porém, apresentam uma deficiência auditiva. São sujeitos com uma cultura própria, bem como uma língua, a Linguagem Brasileira de Sinais (LIBRAS). Entretanto, não foi sempre assim. Antigamente, os surdos eram considerados incapazes, loucos e doentes, sendo excluídos do convívio social e muitas vezes internados em clínicas psiquiátricas. Não era dada a oportunidade aos surdos de se comunicarem com as demais pessoas, que não fosse a linguagem oral, não sendo considerados os conhecimentos e capacidades que este indivíduo já possuía. Ao surdo, restava pena e a intenção de ser curado da sua surdez. Temos o dever de disseminar o conhecimento que adquirimos ao longo desta interdisciplina, com a intenção de erradicar o preconceito existente entre as pessoas que desconhecem esta história de lutas por uma identidade cultural, buscando a efetivação dos seus direitos.