segunda-feira, 28 de junho de 2010

Considerações de final de estágio

Neste momento de final de semestre, inevitavelmente, nos remete a avaliação. Porém, acho mais fácil me avaliar do que avaliar os outros. Na construção do portfólio de aprendizagens, pude refletir, mais profundamente sobre a minha prática docente – estágio curricular, evidenciando minhas principais aprendizagens ao longo desse período.
Aqui, neste espaço em que é possível compartilhar aprendizagens, gostaria de registrar a que mais me marcou neste semestre, enquanto aluna do curso de Pedagogia da UFRGS. Percebi que tudo o que aprendi nos semestres anteriores serviram de alguma forma para aprimorar o meu fazer docente. Consegui estabelecer relações entre a teoria e a prática, crescendo junto com meus alunos em suas descobertas e aprendizagens. Também, tive a certeza que um curso superior como o nosso, com um nível de exigência tão elevado, não foi em vão, pois ler, refletir, reler, escrever, me proporcionou uma mudança de paradigmas, principalmente envolvendo a minha relação com meus alunos. E hoje, tenho plena convicção que para ocorrer à aprendizagem, é necessário haver uma relação de respeito e troca entre professor e aluno.
Termino o estágio com o sentimento de missão cumprida, pois procurei fazer sempre o melhor, aliando teoria à prática, e consequentemente proporcionando momentos mais significativos de aprendizagens aos meus educandos. Entretanto, finalizar esta etapa não significa que a minha prática em sala de aula irá se modificar, apenas, irei escrever menos, mas a intencionalidade da minha docência, as ideias e atividades irão continuar, pois o que fiz no estágio foi apenas a continuidade do trabalho que iniciei em fevereiro e pretendo acabar em dezembro.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

O DESAFIO DO PA PARTE II


Desenvolver o tema escolhido pelos alunos para a elaboração do Projeto de Aprendizagem, foi bastante difícil para mim enquanto orientadora do mesmo, pois juntamente com os alunos, tivemos que buscar alternativas para a falta de opções de coleta de dados e informações. Por se tratar de um assunto que não faz parte do cotidiano das crianças e também da comunidade, esbarramos no fator conhecimento. Além de que, a realidade em que a escola está inserida é rural, sendo que a maioria das famílias é de baixa renda e pouco escolarizada. Também, não contam com a internet, nem com periódicos.
Através das pesquisas que as crianças fizeram em casa, pude perceber o nível de conhecimento com relação ao assunto que cada família possuía e posso afirmar que a grande maioria não entende muito bem o que é a Copa do Mundo, ou não quiseram escrever.
Mesmo com os jogos da competição em andamento, o interesse dos alunos já demonstrou esgotamento, pois pelas pesquisas, responderam suas dúvidas e confirmaram suas certezas, restando apenas acompanhar a Seleção Brasileira. Pelos relatos que fizeram, sabem quais jogadores fizeram os gols, mas olharam apenas algumas partes dos jogos da seleção. Por isso, demos por encerrado o nosso PA, após a construção do mapa conceitual e para finalizar, apresentaremos as demais turmas do currículo, a pesquisa sobre o significado das expressões campeão, bicampeão, tricampeão, tetracampeão, pentacampeão e hexacampeão.
O trabalho com Projetos de Aprendizagem que configura uma situação aberta, desestabilizadora, cujos caminhos e resultados não são pré-determinados e nem conhecidos de antemão pelos docentes (COSTA E MAGDALENA). E somente através da construção do PA, vivenciei isso e compreendi que a colheita vem somente após a plantação e o cultivo, sendo em vão querer prever como será o resultado antes de desenvolver todas as etapas da construção do PA.
Concluí que não funcionou como deveria o desenvolvimento do PA, pois os alunos não demonstraram autonomia para investigarem, buscarem, organizarem e compararem informações e posteriormente registrarem e partilharem com os demais alunos da escola as suas conclusões parciais. Trabalharam sim, mas sempre com a orientação da professora, para irem além em suas pesquisas.
Para o meu consolo, “o erro ou o não chegar aos resultados esperados tornam-se elementos de crescimento, pois servem de componentes de análise pelos grupos para detectarem onde poderiam ter realizado ou caminhado de outra maneira.” (Pg. 3) Assim, é possível refletirmos e elencarmos os erros que cometemos para buscar aprimorar em outros projetos. Também, é o momento de ver que o que eu enquanto orientadora considerei como erro, os alunos enquanto pesquisadores, podem não ter a mesma opinião ou visão.
Apesar de todos esses desafios, uma coisa é fato, meus alunos construíram um PA e através dele, provocaram mudanças significativas sobre aquilo que sabiam a cerca do assunto pesquisado.
Referência:

COSTA, Iris Elisabeth Tempel. MAGDALENA, Beatriz Corso. Revisitando os Projetos de Aprendizagem, em tempos de web 2.0. Faculdade de Educação/PEAD - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Porto Alegre – RS – Brasil

segunda-feira, 14 de junho de 2010

OUVIR HISTÓRIAS

A proposta de atividade da minha aula de hoje era inicialmente a Hora do Conto: “As três partes”, de Edson Luiz Kozminski, que contei utilizando o recurso do Data show, logo após, os alunos representaram com peças grandes, as figuras da história (durante essa atividade recebemos a visita da tutora Liseane). Apesar de já ter utilizado tanto o Data show, quanto o retroprojetor, meus alunos demonstraram novamente muita curiosidade com relação à projeção da luz na tela, por isso, deixei um tempo livre para que explorassem o equipamento. Alguns logo decidiram o que projetar, enquanto outros demoraram bastante, acabando por copiar os colegas. Entretanto, todos se divertiram muito com a atividade.
Antes de iniciarmos nossa próxima atividade que foi a construção de um livro coletivo, os alunos quiseram recontar a história em duplas, utilizando também o Data show. Nesta atividade improvisada, pois não havia pensado essa possibilidade, fiquei muito impressionada com a capacidade de observação e memorização dos meus alunos, pois as histórias foram seguindo exatamente a mesma ordem e contadas inclusive com as falas que eu havia falado, claro que auxiliados pelas imagens.
Apesar de todo esse envolvimento, percebo que sempre que faço à hora do conto, há alguns alunos que não se interessam pela história, ficando dispersos, olhando para os lados, para os colegas, mexendo em seus materiais. Procuro não interromper a história no seu decorrer, mas ao final da mesma, discutimos e fizemos uma avaliação, perguntando que gostou, por que gostou; qual parte chamou mais atenção, entre outros questionamentos e para minha surpresa, estes alunos sempre gostam das histórias e sabem recontá-las. Isso me deixa bastante intrigada, principalmente com relação ao comportamento das crianças durante esses momentos, pois se estão gostando por que não ficam atentos.
Sei da importância de ouvir histórias, principalmente na fase inicial de escolarização, pra incentivar a criação do hábito da leitura nos alunos, principalmente porque ficam em nossa memória muitas lembranças de histórias que lemos ou que nos foram contadas.
“É importante reforçar, assim, que, na infância, mais que em outras fases da formação do leitor, ler é atividade partilhada, na qual se confirmam sentidos e funções da leitura, construídos pela curiosidade de quem descobre que a letra diz o mundo.” (MACHADO, 2009)
Através da leitura e da escrita, a criança conquista autonomia e sente orgulho em mostrar isso aos adultos, fazendo-os participarem de suas descobertas de leitura e escrita.
Referência
MACHADO, Maria Zélia Versiani. Um diálogo com práticas pedagógicas de alfabetização e letramento de crianças de seis anos.Brasília, 2009.

domingo, 6 de junho de 2010

O DESAFIO DO PA

Novamente, poderia relatar mais umas duas páginas sobre a reunião que tivemos (eu, Conselho Escolar, Equipe Diretiva e mãe da aluna L.) na quarta-feira, sobre a minha aluna L., mas sinto que já estou ficando chata com essa história; se bem que às vezes necessito desabafar minhas angústias, pois isso parece aliviar um pouco meu fardo.
Minha reflexão nesta postagem se refere à construção do texto coletivo que realizamos na aula de segunda-feira, dentro do nosso PA (Projeto de Aprendizagem). Ao planejar esta atividade, fiquei um pouco receosa com relação ao que os alunos iriam produzir, entretanto eles me surpreenderam. Quando expliquei a proposta da atividade, logo começaram a falar sobre o nosso PA – Copa do Mundo- com bastante domínio do assunto. Logo, fui organizando suas falas e escrevendo o texto no quadro, o qual ficou bastante sintético, porém, não faltou nenhuma informação importante.
“Parece que já é evidente, para a maioria, que quando falamos em Projetos de Aprendizagem, estamos nos referindo a uma proposta de trabalho, em sala de aula, onde são privilegiadas as questões de investigação que nascem dos interesses e necessidades dos alunos e a busca autônoma de respostas para elas. Parece que já está claro também que neste processo, há um princípio de liberdade, dentro de uma estrutura flexível e em rede, que possibilita aos alunos construírem conhecimentos a partir das interações com professores, colegas e a sociedade de maneira geral.” (Pg. 3) E, exatamente assim, tem ocorrido com a construção do nosso PA em sala de aula, principalmente com relação à busca de informações com diferentes segmentos dos grupos sociais aos qual pertencem. Cito em especial, a entrevista que fizeram com as pessoas da escola: professores, diretora, merendeira, estagiária; que foi muito significativo para eles.
Além disso, ao realizar essa atividade (texto coletivo), soube de fato o que os meus alunos puderam descobrir através do desenvolvimento do Projeto de Aprendizagem, o qual ainda está em andamento. Assim, “parece que fica explícito o papel de mediação do professor que busca, pelo entendimento do raciocínio e dos interesses dos alunos, abrir novos caminhos mediante questões desafiadoras que apontam novas perspectivas, ou introduzem informações diferenciadas na roda das já existentes, que abrem para novos conteúdos que uma vez explorados, possibilitam a construção de novos conceitos e/ou aprofundamento dos já construídos.” (Pg. 6) Felizmente isso já é visto no trabalho com meus alunos, os quais demonstram seus conhecimentos sobre o assunto que escolheram abordar, através de pesquisa, ainda que nossas fontes sejam escassas, mas que já serviram para elaborar novos conceitos e aprimorar os já existentes. Ainda estaremos buscando informações, para a conclusão do PA, assim, que esgotarem-se as expectativas e forem confirmadas as questões norteadoras deste Projeto.


Referência:
COSTA. Íris E. Tempel e MAGDALENA. Beatriz C. Perguntas Inteligentes: O que é isto?