segunda-feira, 21 de junho de 2010

O DESAFIO DO PA PARTE II


Desenvolver o tema escolhido pelos alunos para a elaboração do Projeto de Aprendizagem, foi bastante difícil para mim enquanto orientadora do mesmo, pois juntamente com os alunos, tivemos que buscar alternativas para a falta de opções de coleta de dados e informações. Por se tratar de um assunto que não faz parte do cotidiano das crianças e também da comunidade, esbarramos no fator conhecimento. Além de que, a realidade em que a escola está inserida é rural, sendo que a maioria das famílias é de baixa renda e pouco escolarizada. Também, não contam com a internet, nem com periódicos.
Através das pesquisas que as crianças fizeram em casa, pude perceber o nível de conhecimento com relação ao assunto que cada família possuía e posso afirmar que a grande maioria não entende muito bem o que é a Copa do Mundo, ou não quiseram escrever.
Mesmo com os jogos da competição em andamento, o interesse dos alunos já demonstrou esgotamento, pois pelas pesquisas, responderam suas dúvidas e confirmaram suas certezas, restando apenas acompanhar a Seleção Brasileira. Pelos relatos que fizeram, sabem quais jogadores fizeram os gols, mas olharam apenas algumas partes dos jogos da seleção. Por isso, demos por encerrado o nosso PA, após a construção do mapa conceitual e para finalizar, apresentaremos as demais turmas do currículo, a pesquisa sobre o significado das expressões campeão, bicampeão, tricampeão, tetracampeão, pentacampeão e hexacampeão.
O trabalho com Projetos de Aprendizagem que configura uma situação aberta, desestabilizadora, cujos caminhos e resultados não são pré-determinados e nem conhecidos de antemão pelos docentes (COSTA E MAGDALENA). E somente através da construção do PA, vivenciei isso e compreendi que a colheita vem somente após a plantação e o cultivo, sendo em vão querer prever como será o resultado antes de desenvolver todas as etapas da construção do PA.
Concluí que não funcionou como deveria o desenvolvimento do PA, pois os alunos não demonstraram autonomia para investigarem, buscarem, organizarem e compararem informações e posteriormente registrarem e partilharem com os demais alunos da escola as suas conclusões parciais. Trabalharam sim, mas sempre com a orientação da professora, para irem além em suas pesquisas.
Para o meu consolo, “o erro ou o não chegar aos resultados esperados tornam-se elementos de crescimento, pois servem de componentes de análise pelos grupos para detectarem onde poderiam ter realizado ou caminhado de outra maneira.” (Pg. 3) Assim, é possível refletirmos e elencarmos os erros que cometemos para buscar aprimorar em outros projetos. Também, é o momento de ver que o que eu enquanto orientadora considerei como erro, os alunos enquanto pesquisadores, podem não ter a mesma opinião ou visão.
Apesar de todos esses desafios, uma coisa é fato, meus alunos construíram um PA e através dele, provocaram mudanças significativas sobre aquilo que sabiam a cerca do assunto pesquisado.
Referência:

COSTA, Iris Elisabeth Tempel. MAGDALENA, Beatriz Corso. Revisitando os Projetos de Aprendizagem, em tempos de web 2.0. Faculdade de Educação/PEAD - Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Porto Alegre – RS – Brasil

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