segunda-feira, 31 de maio de 2010

UMA LUZ NO FIM DO TÚNEL

Desta vez irei utilizar o espaço do blog, para desabafar minhas angústias com relação a minha prática pedagógica. Em 26 de Abril deste ano, fiz uma postagem intitulada “Angústia”, onde relatei a dificuldade que vinha enfrentando com o comportamento e atitudes de uma aluna em sala de aula. Novamente, preciso relatar, depois de transcorrido mais de um mês da postagem anterior, a situação atual desse problema.
Em conversa com a psicóloga da menina, ela nos relatou (para min e para a orientadora) que a menina gosta muito de mim e que eu sou a segunda professora com quem a L. estabeleceu algum vínculo afetivo. Complementei citando que ela demonstra em vários momentos esse afeto, através de beijos, abraços, me trazendo flores. Contudo, continuo não compreendendo as suas atitudes em sala de aula. Durante esse mês que passou, teve atitudes como: falou palavrões; jogou mesas e cadeiras no chão; rasgou todo o seu material e jogou no lixo; respondeu a professora de forma mal-educada; fez gestos obscenos para a professora; fez xixi nas calças de propósito; derramou todo o tubo de cola; tomou água com barro e com alfinetes dentro da garrafinha; ameaçou jogar objetos na professora e nos colegas; entre tantas outras coisas. Com tudo isso, continuava a escrever no caderno de recados da menina diariamente, com o intuito de estabelecer um diálogo com a mãe, contudo isso não se concretizou, pois sentia como se fosse um monólogo, visto que a mãe apenas assinava, sem interagir, ou assinava vários relatos no mesmo dia. Foi então que resolvi não escrever mais no caderno, por não estar mais servindo como um meio de comunicação entre eu e a mãe. Logo, ela se sentiu ofendida e ficou muito brava comigo, ligando para a diretora para reclamar. Passado alguns dias, a diretora sugeriu que fossemos na casa da menina para conversarmos com a mãe, a fim de restabelecer o vinculo entre nós. Fui contrária a ideia dela, por entender que da minha parte o vinculo permanece o mesmo, e além do mais, é compromisso dela enquanto mãe, vir até a escola quando necessário (a não ser que fosse em um momento festivo ou em uma visita de rotina).
Como há quinze dias atrás a menina prendeu uma aluna do terceiro ano no banheiro, a professora, que é a presidente do Conselho Escolar, ficou brava, resolveram tomar uma atitude. Até então, eu podia agüentar toda esta humilhação diariamente.
O Conselho Escolar exigiu que fosse marcada uma reunião com a equipe diretiva, o Conselho Escolar, a professora e o Conselho Tutelar, não para fazer alguma denúncia, mas para saber quais as formas legais para resolvermos este problema. Então, na tarde de hoje, ocorreu a referida reunião, onde ficou combinado que a escola deve exigir que a mãe traga um parecer da psicóloga e do psiquiatra, incluindo o nome da medicação que a menina toma (dizem que toma). Isso será feito nesta quarta-feira, dia em que foi marcada uma reunião com a mãe, a equipe diretiva e o Conselho Escolar. A partir de agora, o Conselho Tutelar estará acompanhando o caso de perto, o que nos traz um respaldo legal daquilo que já vínhamos fazendo pela menina, mas que ainda não surtiu efeito.
Espero que desta vez, seja feito algo de fato, para o bem da menina tanto quanto da turma. Estou ansiosa para ver como será a reunião com a mãe, pois pelo que observo e pelo que a menina relata, há uma situação de negligência por parte da mãe, que não olha como deveria para a filha.
Para concluir, é válido dizer que por vezes o professor precisa ser um mágico, tendo que conciliar todos os conteúdos a serem desenvolvidos, com os projetos exigidos pela escola, mais situações adversas que ocorrem ao longo do desenvolvimento do nosso trabalho. Quando lemos que professores estão doentes por fatos que vem acontecendo nas escolas, achamos que não é bem assim, mas na prática é pior ainda.



quarta-feira, 26 de maio de 2010

COMPLEMENTANDO A POSTAGEM “RESPEITO ÀS DIFERENÇAS”

Na época em que eu era estudante do Ensino Fundamental, recordo de discutir a questão racial e também falar em preconceito, apenas nas datas comemorativas. Felizmente, a situação vem se modificando ao longo desses anos, com a inclusão da cultura afro nos planos de estudos, tornando então o ensino obrigatório. Entretanto, isso não oferece a garantia de ser amplamente discutido, refletido e problematizado em sala de aula. O que garante a eficiência do trabalho envolvendo estas questões é a forma como o professor conduz o trabalho referente ao respeito às diferenças que compõe o povo brasileiro.
Enquanto educadora, procuro principalmente aproveitar situações cotidianas, em que aparecem resquícios de discriminação e preconceito, seja com relação à raça, opção sexual, aparência, religião, ou outros; e estabelecer assim um diálogo sobre o que está acontecendo. Também, proporciono momentos específicos para falar sobre esses assuntos, como já ocorreram em minha sala de aula este ano. Trabalhamos partindo da família de cada um, suas semelhanças e características, ampliando para características do povo a que pertencem, entre tantas outras atividades, com a intenção de valorizar o que cada ser humano tem de melhor.
Percebo que trabalhar com questões raciais, é bastante delicado, pois é preciso dosar muito as palavras usadas, para que ao chegar às famílias, as informações continuem intactas e não sejam distorcidas, causando um mal entendido. Porém, isso jamais pode ser um empecilho para travar discussões a cerca do tema.

COMPLEMENTANDO A POSTAGEM "AVALIANDO"

A intenção ao avaliar, precisa ser a de coletar informações sobre o nível cognitivo dos alunos, respeitando suas individualidade, pois a “avaliação diagnóstica caminha junto ao processo de ensino-aprendizagem e como parte contínua e integrante deste, dá oportunidade à correção das defasagens, no momento em que estas são detectadas.” (Ferreira. Pg. 4) Por isso, reforço a ideia de que é necessário ir avaliando, descobrindo as dificuldades dos alunos e em seguida propor atividades que possam contribuir para eliminá-las.
Segundo FERREIRA (2002), as concepções de avaliação se apoiam em duas vertentes principais, com poucas nuanças. Umas se voltam para o produto - os
resultados, provas, testes, notas, com ênfase no quantitativo. Outras para o processo - a reflexão-ação, para a busca do conhecimento crescente, com ênfase no qualitativo. Tanto a mantenedora, quanto a escola, seguem uma linha com ênfase no qualitativo, por acreditar que o principal não é apenas o resultado, mas o processo de construção de cada educando.
Cabe a nós educadores oportunizar aos alunos diversas formas de avaliar, visando encontrar aquela em que o aluno se saia melhor. Exemplificando: falar em prova para alguns alunos é apavorante e por vezes o nervosismo e a tensão acabam prejudicando seu desempenho. Por isso, é preciso avaliar o aluno como um todo e não como fragmentos.
Quebrar paradigmas não é uma tarefa fácil, mas é necessário ir habituando tanto os alunos quanto as famílias a perceber que a avaliação não deve ter um papel meramente classificatório, mas serve como ponto de partida daquele conhecimento que o aluno já possui, para suas próximas aprendizagens, sem deixar lacunas no meio deste processo, portanto o professor deve
...empregar formas de avaliação valorativa que permitam uma maior participação e envolvimento os alunos (por exemplo, realizando atividades de resumo e de recapitulação prévias à avaliação, trabalhando com os alunos os critérios de correção, incorporando procedimentos de auto-avaliação, etc.). ou modificar as formas de comunicação dos resultados da avaliação valorativa a alunos e pais, de modo que ressaltem os processos e os progressos realizados pelos alunos.(GOÑI. Pg. 3)
Como sugestão, acredito que a escola deveria promover alguns encontros com os pais, a fim de esclarecer sobre os termos utilizados nos pareceres descritivos, para que ao final da leitura e da explicação da professora, eles tenham certeza sobre como está o desenvolvimento do seu filho.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

SEGUINDO EM FRENTE

Mesmo com todas as dificuldades que venho enfrentando em sala de aula, devido ao comportamento de uma aluna, chego à escola com bastante entusiasmo e ansiosa em aplicar meu planejamento. Conforme o solicitado pela coordenação de estágio, dei início na semana anterior, ao Projeto de Aprendizagem. Parti do interesse e curiosidade dos meus alunos com relação à Copa do Mundo de futebol, principalmente após a divulgação da lista de convocados da Seleção Brasileira. Meus alunos tinham algumas certezas e dúvidas com relação a estes assuntos e foi a partir daí que demos início ao PA. Iniciar o Projeto de Aprendizagem com meus alunos me deixou um pouco insegura, pois não tinha clareza se estava indo pelo caminho certo. Principalmente porque diferentemente do PA que construí coletivamente no PEAD, aqui na escola, meus alunos não dispõe de internet, e também não tem acesso à sala de informática, pois a mesma é ocupada pelos alunos das séries finais do Ensino Fundamental no período da tarde. Então, pensar em um PA onde é necessário registrar informações, sendo impossível utilizar as tecnologias, além de que a grande maioria dos meus alunos ainda não lê, é de fato um grande desafio.
Na verdade, percebi após esta semana de desenvolvimento do PA, que apesar do assunto ter partido do interesse dos alunos, que mesmo tendo certezas provisórias e dúvidas temporárias, é um tanto quanto complicado para as crianças compreenderem tudo o que envolve o tema gerador, que é a copa do mundo, principalmente por ser um assunto distante da realidade em que estão inseridos. Falar em África, seleção brasileira, demais países, entre tantas outras questões envolvendo o tema Copa do Mundo, desperta a curiosidade dos alunos ao mesmo tempo em que se parece tão distante, sem muito significado.
Vejo que as atividades práticas prendem mais a atenção dos meus alunos, enquanto as atividades de reflexão, leitura, conversas, têm uma tolerância muito curta, sendo que logo estão olhando para os lados e dispersando. Por isso, já planejei para esta semana atividades mais práticas e visuais, a fim de envolver de maneira mais efetiva meus alunos.





segunda-feira, 17 de maio de 2010

RESPEITO ÀS DIFERENÇAS

Percebi que trabalhar com questões étnico-raciais mobilizou muito os meus alunos, principalmente pela diversidade racial da composição da turma. Mas, pricipalmente pela maioria dos alunos serem de origem negra ou alemã.
Durante esta semana que se passou, meus alunos gostaram muito de todas as atividades propostas e as realizaram demosntrando envolvimento e interesse pelo assunto em questão. Entretanto, vislumbrei a questão do preconceito com relação aos negros evidente no contexto escolar tanto quanto na comunidade. Há uma rivalidade entre essas duas etnias.
No Projeto Político Pedagógico da escola está previsto como ação pedagógica a “QUESTÃO RACIAL – pelo fato de estarmos inseridos em uma realidade onde a cultura negra é latente, tem um elevado número de pessoas negras na escola. Para que o convívio seja o mais harmônico possível e as eventuais diferenças possam ser respeitadas, atentamos intensamente para as questões de igualdade e a valorização da cultura.” (PPP EMEF Gonçalves Dias, 2006)
Os sentimentos e o mundo vivido por essas crianças dão subsídios à instituição escolar para o seu tendão de Aquiles e podem torná-la mais competente no desenvolvimento afetivo e da identidade, no planejamento de um currículo no qual esteja presente o esquema de pensamento de origem africana libertando-se do processo eugênico impingido à sociedade brasileira e existente na educação. (PARÉ, Marilene Leal. Pg 1 e 2)
Entretanto, desde que iniciei na escola, em Fevereiro do corrente ano, não presenciei nenhuma ação neste sentido. Sei somente, que durante a Semana da Cosciência Negra, em Novembro, ocorrem inúmeras atividades relacionadas ao tema; e que ao longo do ano letivo cultiva-se o grupo de danças afro, o qual faz apresentações em eventos da escola, bem como em outros lugares. Penso que atividades de reflexão e debate deveriam ser proporcionadas ao longo de todo o ano, para que de fato as diferenças entre as diversas etnias e principalmente com o negro, fosse erradicando-se do ambiente escolar e consequentemente estendendo-se para outros grupos sociais em que nossos alunos participam, e não apenas em datas comemorativas.
Durante as atividades, em um momento de conversação, o aluno Vítor disse: “Os negros são mais fortes que os brancos.” Esta fala vem carregada de preconceito, de sentimento de inferioridade. Em função disso, conversamos sobre preconceitos étnicos-raciais. Que, independente da cor da pele, dos olhos, dos cabelos, ou da raça a que pertencemos, isso não nos torna melhores ou piores do que ninguém; sendo que o que realmente vale, são as nossas atitudes, o nosso jeito de ser e agir com os outros e com o ambiente que nos cerca.
Assim, concluímos que raramente encontramos pessoas que tem apenas uma etnia e que a grande maioria provém de um mistura de raças, sendo que as predominantes são as indígenas, negras e européias. Que cada ser é único e possui características individuais, herdadas de seus pais, avós, bisavós, enfim, é a nossa história. Estabelecendo assim, uma relação com o livro Menina Bonita do Laço de Fita, que foi usado durante a aula de segunda-feira.
É importante que desde pequenos, os alunos estejam vivenciando situações de reflexão sobre inclusão social, sobre a aceitação do diferente, sobre o respeito ao outro, independente de qual a sua raça, sua religião, sua opção sexual, enfim, suas individualidades. Primando por um pensamento de igualdade em detrimento ao da exclusão social.
O sentimento de inferioridade demonstrado nos discursos de muitos dos meus alunos é “fruto da força de um passado histórico de um povo marcado como escravo numa terra chamada Brasil, a qual, apesar dos 500 anos de existência colonizada, abriga uma sociedade cujas relações ainda são as de poder dos “superiores” sobre os “ignorantes”. (PARÉ. Marilene Leal.Pg. 7) Além disso, percebi que este assunto não é trabalhado em casa, demonstrando uma situação tanto de preconceito quanto de inferioridade, principalmente por parte dos negros.
Por tudo isso, é indispensável que a escola enquanto grupo social promova situações de debates, reflexões, conscientização sobre este assunto, aproveitando que nas séries iniciais a criança está em plena fase de desenvolvimento físico, cognitivo e moral, contribuindo para que possa conviver em sociedade respeitando as diferenças que nela encontrarão.

Referências:
PARÉ, Marilene Leal. Auto-Imagem e Auto-estima na Criança Negra: um Olhar sobre o seu -Desempenho Escolar.
PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO ESCOLA MUNICIPAL DE ENSINO FUNDAMENTAL GONÇALVES DIAS, 2006.
LEITE, Luciane Andréia Ribeiro. Era uma vez uma menina muito bonita. Uma prática pedagógica relacionada com a questão racial em uma turma de alfabetização.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

AVALIANDO

Como o final do trimestre está se aproximando, cabe discorrer um pouco sobre a forma como avalio meus alunos. Penso que o professor não precisa de provas e testes para avaliar seus alunos e é assim que desenvolvo meu trabalho. Realizo trabalhinhos individuais, ditados, trabalhos em grupo, entre tantos outros instrumentos avaliativos, mas tudo isso é meramente para cumprir uma obrigação burocrática; a educação gosta muito de papel. Conheço os meus alunos ao longo do ano, sendo que realizo uma avaliação processual e contínua, valorizando os conhecimentos prévios que os alunos já possuem e respeitando seu crescimento individual e suas particularidades. Avalio meu aluno no seu cotidiano escolar, em sua caminhada enquanto sujeito. É óbvio que não consigo avaliar todas as atividades com todos os alunos, mas a cada aula priorizo alguns educandos, os quais observo com mais afinco, registrando no anedotário ou marcando no meu planejamento como foi o desempenho dos mesmos.
Utilizo o erro dos meus alunos não apenas como um indicador da sua dificuldade, mas também, a partir dessa constatação, decido quais modificações ou inclusões devo fazer na minha prática pedagógica, a fim de que meu educando sane suas dificuldades. É uma constante sondagem, pois devo partir sempre daquilo que ele já aprendeu.
Na escola em que eu trabalho, ou melhor, no município, fizemos avaliação trimestral, através de parecer descritivo. Na verdade, fizemos uma carta sobre o nosso aluno, dificilmente tem menos do que uma página escrita. Porém vejo que os pais, em se tratando da nossa realidade escolar, não entendem o parecer, por mais que o expliquemos no momento da entrega. Quando acabamos de falar, eles perguntam: meu filho rodou ou passou? É uma questão cultural, arraigada a avaliação meramente classificatória, onde eram atribuídas notas aos educandos, com a intenção de classificá-los.
Procuro sempre fazer uma avaliação em conjunto com os alunos e também com os pais, sendo que as crianças fazem sempre a sua auto-avaliação e aos pais, sempre que são chamados, pergunto como eles estão vendo o processo de aprendizagem dos seus filhos, qual a opinião a respeito de aprovação ou reprovação, por que, entre outros questionamentos. Também, passei a adotar tarefas de casa em que os pais devem realizar juntamente com os filhos, bem como escrever o que observaram durante o desenvolvimento da atividade (caso os pais sejam analfabetos, solicito a ajuda de um irmão mais velho ou primo).
Avalio focada na intenção de diagnosticar os problemas e assim estabelecer ações para serem desenvolvidas com o aluno ao longo da sua trajetória.
Sempre, ao iniciar um ano letivo, converso com meus alunos e também com os pais (na reunião dos pais da turma), a respeito de como se dará a avaliação, dialogando e aceitando modificações plausíveis sobre a forma de avaliar. Em conjunto, estabecemos os critérios a serem avaliados, como será feita a avaliação, como será passado aos alunos e as famílias os resultados obtidos. Nada é decidido de última hora, sendo que para que isso ocorra, disponho de quatro horas semanais de planejando, o que nem sempre é suficiente, mas que ajuda muito.


Referências:
FERREIRA, Lucinete. O contexto da prática avaliativa no cotidiano escolar. In:_____. Retratos da avaliação: conflitos, desvirtuamentos e caminhos para a superação. Porto Alegre: Mediação, 2002. p.39-61.
RATHS et al. apud ANASTASIOU, Léa das Graças Camargos; ALVES, Leonir Pessate. Processos de Ensinagem na Universidade: pressupostos de trabalho em aula. 5ª edição. Joinvile: UNIVILLE, 2005.p. 28.
GOÑI, Javier Onrubia. Rumo a uma avaliação inclusiva. Pátio, Porto Alegre, n. 12, ano 3, p.17-21,abr./fev.,2000.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

ROTINA DIÁRIA

Segundo Piaget, o desenvolvimento mental se divide em quatro estágios, mas gostaria de fazer uma análise do meu cotidiano escolar, embasada em dois deles: o estágio das Operações Concretas e o estágio das Operações Formais. A maioria dos meus alunos encontra-se na idade determinada para o estágio das Operações Concretas, pelo fato de que elas operam com objetos, e ainda não sobre hipóteses expressadas verbalmente. Por exemplo, há as operações de classificação, ordenamento, a construção da idéia de número, operações espaciais e temporais. (PIAGET, Jean)
Entretanto, aqui encontro uma situação de conflito com o desenvolvimento dos meus educandos, pois durante a realização das atividades, percebi que alguns alunos não utilizam materiais concretos para a realização dos fatos básicos da adição, que estamos trabalhando desde a semana anterior. Assim, caracteriza o Estágio das Operações Formais, pois o pensamento já abstrai, sendo que o aluno consegue raciocinar longe da presença de objetos concretos.
Confirma-se a fala de Piaget, que diz que os estágios têm uma sugestão de idades passiveis de ocorrer, mas que isso não é estanque, podendo variar de uma sociedade para a outra, ou melhor, de uma cultura para a outra, mas que ocorrem, os estágios, sempre seguindo a ordem, sendo que para entrar em um determinado estágio, obrigatoriamente já deve ter passado pelo anterior.
Enquanto alguns alunos necessitam pegar materiais concretos, fazer risquinhos ou contar nos dedos, outros realizam os cálculos mentalmente, evidenciando a premissa de que o professor deve ter um olhar diferenciado para cada aluno que encontrar na sua sala de aula, por mais difícil que isso possa ocorrer.
Na minha sala de aula, tenho encontrado muita dificuldade de comportamento por parte de uma aluna, que insiste em descumprir todas as regras e em não realizar as atividades. A cada dia que passa, me preocupo mais, pois às vezes a situação com a menina é insustentável dentro da sala de aula e do ambiente escolar. Por isso reafirmo que não é fácil a tarefa de educador, pois acredito que educação deve vir de casa, uma vez que é responsabilidade dos pais.
Para concluir, gostaria de informar que disponibilizo sempre aos meus alunos o material concreto, deixando-o livre para escolher se necessita ou não.