sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Por que avaliar?

Acredito que os cursos de graduação deveriam oferecer uma disciplina exclusiva de avaliação, pois é um tema complexo e que pode determinar o futuro de um educando. Na avaliação classificatória o aluno é tratado como um produto, sendo apenas considerados os aspectos quantitativos, com a intenção de julgar e classificar o aluno. Tem o caráter seletivo e competitivo. Não sugere propostas e encaminhamentos e sim reprova ou aprova. Já a avaliação mediadora está a serviço do aluno e da escola como um todo, considerando os aspectos qualitativos da aprendizagem, verificando se os objetivos estão sedo alcançados. Preocupa-se com o processo ensino x aprendizagem sob os aspectos cognitivos, afetivos e relacionais. É ação – reflexão – ação. E, é amparado neste tipo de avaliação que todos os professores e escolas deveriam desenvolver suas atividades docentes, considerando sempre o aluno em suas individualidades, sendo respeitado o tempo próprio de cada um, valorizando seus conhecimentos prévios. Cabe ao professor conhecer o seu aluno através das atividades do dia-a-dia e não avaliá-lo apenas por resultados de provas. Essa postura pertencente à posição reducionista da avaliação, estabelece destaque para a avaliação, sendo reservado um período específico para provas e testes, a fim de classificar o aluno; é como se fosse um ritual para comprovarem o que aprenderam. Dessa forma, muitos alunos ficam em pânico quando iniciados o período das avaliações, podendo assim, perder-se toda a construção de uma caminhada. O processo de ensino-aprendizagem reduz-se a uma seqüência de atos: transmitir – assimilar – memorizar – reproduzir conhecimentos. A avaliação ocorre em processos estanques, delimitados pelos períodos durante o ano letivo; não há uma continuidade. Consideram-se apenas os aspectos cognitivos em detrimento dos afetivos e das habilidades. Outra proposta de avaliação é a visão unilateral que considera apenas o aluno como parte do processo, sendo este o único a ser avaliado. Assim, não há democracia nesta visão, pois o professor é o soberano em sua avaliação, que é autoritária e centralizadora. A disposição dos alunos em sala de aula é em filas, um atrás do outro, reforçando a postura de autoridade do professor. Também, há a preocupação burocrática demasiada, onde provas, registros e testes, se sobressaem ao conhecimento global do educando. Na escola em que eu trabalho, temos uma educadora que com certeza desenvolve sua prática docente embasada nesta proposta, visto que demonstra uma demasiada preocupação com os registros, com os papéis, com provas e trabalhos individuais, avaliando os alunos apenas pelo resultado obtido nessas avaliações, sendo desconsiderado o progresso que o aluno teve durante o ano letivo. Sem dúvida, o professor tem papel fundamental no processo de avaliação, sendo que deve saber o que avaliar e para que avaliar; e utilizar a avaliação como instrumento de investigação para a partir das falhas detectadas, buscar alternativas para solucioná-las. Eu, enquanto educadora, estabeleço no início do ano com os alunos e com os pais, o que será avaliado, a forma como será transmitido aos envolvidos o resultado das avaliações, sendo que os alunos têm a oportunidade de avaliarem o processo, bem como se auto-avaliarem.

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